O risco do erro errado!

Acho que muitos não conseguem entender minha abordagem, mas alerto para um bordão que se perdeu, nada tem dos seus princípios. Não estou questionando Lean Startup, Agile, Design Thinking, apenas alertando que muita gente já esqueceu o porque é bom, se deixa levar pela ribalta ou ganha com isso – Errar é bom | Errar rápido | Não ter medo de errar!

asvezeserrarebom-ii

Cuidado com o Go Horse, é pangaré mas pode te atropelar! 😦

Errar é bom, mas é preciso APRENDER com nossos erros, evitar voltar a cometê-los, gerar lições aprendidas e melhoria contínua;

Errar é bom, mas há o aprendizado VICÁRIO de Bandura, aprendemos com nossos erros tanto quanto com os erros e aprendizados dos outros;

Errar é bom, mas não é nosso OBJETIVO primaz, é preciso lembrar que o bom é inimigo do ótimo, distinguir ideal, destemor e insanidade;

Errar é bom, sem GLAMOUR, é melhor um negócio andando pra frente que boas palestras, artigos na mídia e entrevistas, a não ser que você viva disso;

Errar é bom, mas cuidado para não se PERDER nesta perspectiva e acabam vendo o tempo passar, o dinheiro acabar e um classificados a sua frente;

Errar é bom, mas é papel do cliente e do líder QUESTIONAR o erro, ficar quieto e aceitar só porque errar é bom é sinal de perdulariedade;

Errar é bom, mas as vezes não PODEMOS errar, as vezes precisamos puxar para nós o senso de responsabilidade para atingir o resultado necessário.

Se ainda não entendeu se sou contra ou a favor do Errar é bom | Errar rápido | Não ter medo de errar … então sugiro mudarmos de assunto, porque há preconceitos outros implícitos na sua leitura e só uma conversa téte-a-téte para resolver, talvez comendo um açaí ali no Canal Café.

Se rolar o Açaí, vou trazer Argyris com aprendizado organizacional em single e double loop, podemos falar de Exploration x Exploitation, quem sabe enveredar um tanto sobre Senge e a quinta disciplina, Bossidy e Charan e a quarta disciplina, podemos falar Curva de Tuckman e finalmente sobre equipes auto-organizadas, Kaizen e as bases Poka-Yoke de Taiichi Ohno.

Há análises com as quais compartilho minhas dúvidas relativas a quantos bons negócios, produtos rentáveis e serviços de qualidade estão sendo jogados no lixo por uma geração de startups que priorizam mais a ribalta, purpurina, palestras e mídia que business.

Se errar é bom, acertar melhor ainda!

Muita gente usa esse e outros bordões da nova economia para ganhar visibilidade … e dinheiro, não só atuando como coach, em cursos e palestras, mas publicidade de graça. Eu sou um utilitarista, quero mais discutir planejamento, execução e se possível sucesso!

Acho que os princípios e lições do Lean, Lean Startup, Design Thinking, Agile, … se perderam no meio de uma engrenagem criada aleatoriamente por milhões de coachs mundo afora, tem em cada esquina e a cada curso de final de semana são formados mais algumas dezenas. Com meia dúzia de frases de efeito, auto-ajuda eficiente e um bom tanto de PNL, todos se sentem melhor e satisfeitos, felizes até com muito desperdício, erros, falhas, bugs, destratos, falências, etc … tudo isso em meio a muitos eventos, holofotes, purpurina, salamaleques e tudo o que a nova ordem trouxe junto na garupa … nada demais, é apenas a lei da oferta e procura!

Nas corporações, a deturpação dos princípios Lean e Agile arrisca estabelecer micro-culturas passivas, resignadas, afastando implantações sérias em grandes empresas, que acabam mantendo muito do comando-controle. Muitos profissionais e equipes querem liberdade sem uma quota proporcional de responsabilidade, que exije auto-conhecimento, auto-diagnóstico e auto-gerenciamento … senão, acaba mesmo precisando de grandes doses de hierarquia e controle.

4 comentários

  1. Conceitos e princípios são a base de tudo. Tudo decorre de entender a base – regras, atitudes, resultados, tudo é consequência de princípios. Temos a nossa triste realidade brasileira lembrando-nos constantemente o que acontece quando abandonamos princípios, quando abrimos para o vale-tudo.

    Parabéns por abordar esses temas aqui, e obrigado por dividir conosco sua sabedoria e conhecimento. 🙂

    Artigos como esse e o anterior, “Errar NÃO é bom(…)”, são os que fazem a diferença. Continue postando sobre princípios. Um princípio bem entendido faz a diferença na hora de tomar decisões.

    Ganhou cinco estrelas, e teria dado seis, se seis houvessem. 😉

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    1. Báh, agradeço! Esses posts me são caros, eles fogem de métodos e técnicas porque são meu fio terra, tento de alguma forma compartilhar percepções práticas durante meu trabalho como Agile Coach … normalmente diz respeito a vieses e interpretações sobre os princípios e fundamentos, que podem acelerar ou atrasar a mudança e melhorias inspiradas nestes princípios e fundamentos … [ ]

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  2. Jorge, um mestre não por acaso! Mais uma vez, cirurgicamente preciso na avaliação do momento atual, aterissando o discurso de “ode” ao erro para a realidade.

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    1. Grande Alex, TTalker da gema, momento de transição onde grandes corporações rendem-se ao Agile, mas não a um Agile romântico, mas um Agile da vida real, pois passarão anos para mudar a cultura de centenas de profissionais envolvidos, seria muito mais fácil se vendessem Agile em drágeas nas farmácias: Quero 50 drágeas de Kanban de 100mg … Puf! Seria muito mais fácil, quem sabe um dia 🙂 [ ]

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