Insights no Learning 3.0 Camp na Trinca – Abril/2018

Imagine uma imersão de 16 horas com o mineiro Yoris Linhares, em dois blocos de 8 horas sem a pressão usual de conteúdo programático, mas proporcionando uma dúzia de dinâmicas facilitadas “também” pelo facilitador, mas principalmente pelos participantes.

Uma edição de luxo, contando com grandes parceiros de outros eventos e comunidade, como a Mayra, o Motta, a Claudinha, a galera da TRINCA, uma turma excepcional pela riqueza de conhecimentos e vivências que compartilham compulsivamente  \o/

Há uma espinha dorsal alinhavada pelo Alexandre Magno, mas o maior valor foca no aprendizado em 360 graus, N x N, onde a cada momento todos propõem técnicas, dinâmicas, abordagens e trocam experiências.

  • Learning 1.0 – O processo e o conteúdo é unilateral;
  • Learning 2.0 – O conteúdo é unilateral e o processo compartilhado;
  • Learning 3.0 – O processo e o conteúdo é compartilhado.

Não vou compartilhar aquilo que já está no blog, inclusive o Canvas e muitas das técnicas discutidas, mas algumas técnicas e conceitos que eu ainda não tinha aqui no blog nem no livro eu listo a seguir, algumas delas provavelmente merecerão daqui a alguns dias um post só pra elas após algum estudo e talvez uma prática. Várias delas são usadas com variações ou com outra abordagem, mas esta flexibilidade é a maior riqueza de domínio para um facilitador:

1. LEARNING MOSAIC

Um mural que inicia com um postit para cada participante, podendo ser usado o icebreaker em que desenhamos coletivamente cada um de nós, um traço com cada “colega”. Ali no mural cada um vai incluindo suas expectativas e seus aprendizados com postits menores ao redor de sua imagem, compondo um mural cumulativo, que inicia com algumas expectativas e vai incrementando com aprendizados na medida em que o Camp vai evoluindo. Cabe ali modelos, dicas de livros, técnicas, boas práticas, networking, insights, oportunidades, etc.

2. A BANHEIRA DE TAYLOR

Foi apenas um comentário, mas achei resenhas do livro de Niels Pflaeging – “Organize for Complexity” (2014). Muitas organizações ainda mantém paradigmas semelhantes ao que Taylor defendia no início do século XX. O termo “banheira” remete à forma do gráfico sobre o mindset mais dinâmico, artesanal e adaptativo no século XIX e colaborativo e adaptativo no século XXI,  tendo no meio (século XX) um período de grande demanda e baixa concorrência, com foco na oferta, hierarquia, repetitividade e previsibilidade. Niels afirma que no século XXI não é possível manter o mesmo mindset Tayloriano sem pôr em risco a sobrevivência das empresas.

3. PROBLEM PITCH

Uma espécie de notação para declaração de problemas, assim como em User Stories, é possível gerar maior assertividade se ao declararmos um problema usarmos a notação, apresentada como arquétipos – <Papel> <Emoção> < Ação> <Motivo>. Como pode ser exemplificado em “Como integrante de um time ágil, fico perdido e chateado, quando repriorizam algo sem esclarecer e debater o porque da mudança, benefícios e ônus”. Assim como em uma User Story, a notação padronizada nos oferece a disseminação de uma técnica que colabora para uma comunicação mais objetiva sobre problemas e oportunidades, para então priorizá-las.

4. APRENDIZAGEM em 70:20:10

Os pesquisadores McCall, Eichinger e Lombardo propuseram um modelo de aprendizagem identificado por 70:20:10, materializando o que grandes pensadores já haviam proposto, mas que as pesquisas apontaram uma proporção, onde apenas 10% de nosso aprendizado vem de cursos e teorias a nós apresentadas, 20% seria fruto de aprendizado vicariante, fruto da interação com outras pessoas e o conhecimento de suas experiências, enquanto 70% é resultante de suas próprias experiências. Trata-se de um modelo que podemos sustentar por outros estudos, como o aprendizados experiencial de Kolb e no aprendizado vicariante de Bandura.

5. EXPOSIÇÃO DE TÉCNICAS

Uma dinâmica muito produtiva foi o desafio que cada um de forma independente desenhou ou registrou em folhas as técnicas que utilizava para resolver problemas, para aprender novas técnicas, para criar novas soluções. Cada participante montou nas paredes uma exposição de técnicas, as quais foram apresentadas e discutidas rapidamente, cada um compartilhando suas origens, motivações, experiências e resultados com cada uma delas. O resultado foi a obtenção de vários insights, variações e cenários em que cada técnica seria útil e valorosa para aproveitar ou resolver diferentes tipos de desafios.

6. TATAKI DAI (Japão) ou DISPUTATIO (Latim)

Uma variação do Team Building Game de Tribunal, onde foi proposto um tema – “Quais as dicas para o desenvolvimento de uma Aprendizagem 3.0” – de forma que cada um listou suas principais percepções para que alguém ou grupo implemente um ambiente de aprendizado 3.0. Na sequência, cada integrante apresenta de forma aleatória algumas destas dicas e todos os demais tentam encontrar justificativas do porque aquela dica não geraria valor, seria inviável ou incerta. Diferente da técnica de Tribunal, ao invés de papéis de defesa e acusação, temos uma pessoa apresentando um tópico e todos os demais contrapondo.

7. MOODBOARD

Outra citação casual que valeu a pena ir atrás e conhecer um pouco mais, em agências, o Moodboard ou “Quadro de Atmosfera” é uma boa prática para a materialização visual de um mural de referências visuais que pretende assim gerar um conceito visual (Look & Feel) para nosso projeto. Uma ferramenta frequentemente usada por designers para criar uma identidade com o projeto, uma atmosfera de empatia. Já usei este conceito em vários times, sem saber que tinha um nome, não só em relação a projetos, produtos ou negócios, mas em eventos, datas especiais e relacionamento em comunidade.

8. HYPER ISLAND

Ao discutirmos sobre User Experience, venho a tona a referência da Hyper Island como referência em design, uma IDEO Sueca, criada em Estocolmo e que espalhou centros de aprendizagem e de consultorias em todo o mundo mundo, incluindo o Brasil. Programas e cursos educacionais para imersão de jovens talentos e profissionais da indústria e Consultoria em Inovação Empresarial para aumentar a compreensão de como a era digital muda a sociedade e o comportamento do consumidor – e apoiar as organizações no processo de mudança de permanecer ou se tornar criativo e competitivo em um mundo cada vez mais digitalizado.

9. TÉCNICA DE FEYNMAN

o Prêmio Nobel de Física de 1965 foi Richard Feynman, que metodizou e compartilhou sua técnica para ajudar a rapidamente entender qualquer tema. Uma pessoa que se destacava pela capacidade de sintetizar de forma muito assertiva temas complexos, propôs quatro passos para esta habilidade – Inicie entendendo o conceito e origem daquilo que quer explicar, tente criar uma definição clara e acessível a seus interlocutores, compartilhe e revisite tudo o que sabe e refatore sua definição melhorando-a, finalmente o desafio é tornar esta definição o mais enxuta e simples possível – na arte de explicar o complexo de forma simples!

10. FLUXO DE APRENDIZADO

A essência do fluxo de aprendizado é primeiro Problematizar, Criar Sentido e Compartilhar de forma iterativo-incremental-articulada, melhorando a cada ciclo, baseado em pesquisa, conexão e prática. Vários exercícios durante os dois dias seguiram esta receita, começando sempre pela discussão e entendimento do problema para então gerar empatia e sentido a este entendimento, de forma que ele possa ser compartilhado. O que também nos levava ao Manifesto do Learning 3.0:

A facilitação do Yoris Linhares é uma aula de facilitação, um papel as vezes mal entendido que ele exercita com maestria, baseado em empatia, oportunidade, com foco em valor em co-criação … no fundo é uma aula de humildade, onde o esforço permanente é ter como protagonista TODAS as pessoas e a interação entre elas.

5 comentários

    1. Foquei nas minhas anotações de coisas a pesquisar mais 🙂 assim como a maioria de nós, muita gente como nós curte dicas de modelos, técnicas, teorias, livros, artigos, … 🙂 Bom feriado aí Claudia \o/

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  1. Hahaha, quando fiz o camp em 2015 fiquei com essa angústia inicial, mas cadê o programa? E os slides? Foi bem difícil transitar nesse mar de você é o conteúdo….hoje facilito alguns em Brasília….muito bom! bj

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    1. Sensacional, o maior desafio é o ritmo, que em workshops e treinamentos é intenso, com um grande volume de conteúdo/minuto e no Learning tem uma batida cadenciada no tirmo do grupo … essencial em uma imersão de dois dias para não se tornar cansativo e de baixa absorção. Muito bom mesmo!

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