$howbiz e auto-promoção estão deturpando eventos e princípios ágeis

Muitos agilistas brasileiros estão preocupados demais com o ego e em vender “novos” treinamentos, modelos, certificações, criar bordões, vender coaching, palestrar muito em todos os eventos, com muita pirotecnia e muito show de ilusionismo. Sempre pensando na próxima palestra com conteúdo espetaculoso ao invés de contribuir.

Isso já aconteceu na praia do universo startup, que aos poucos virou uma enganação, o negócio não é ajudar a gerar resultados, o negócio é showbiz, onde ir palestrar, gerar factóides e gerar gurus virou um objetivo muito lucrativo, para muitos o business está nos eventos, palestras, seu negócio é o Startup Showbiz.

Também já aconteceu no universo do coaching, essa praia deturpou tanto que até eu sou sondado a cada semana, pois para ser um coach é só certificar-se em um curso PNL de final de semana para então começar a usar isso a seu favor, … desculpa, mas no século XX o nome disso era charlatanismo.

Eu palestro cada vez menos, quando o faço eu sou quase rabugento, inicio alertando que sou ácido contra esse grande negócio Agile, Startup, Coach, que ao invés de acelerar está empatando. Até entendo, pois é a lei da oferta e procura, apontar culpados e receitas mágicas é o que a maioria quer, então tem cada vez mais quem venda.

Quem assiste acaba achando que está fazendo algo muito errado, porque ele não é como palestram, logo, tem que contratar um coach ou consultor para melhorar (sic) … se ele soubesse que a palestra conta 25% e omite os 75% daquilo igual ao que ele chama de carência por um coach … daria um processo de propaganda enganosa!  😦

um-bom-negocio

Agile showbiz paradoxal

Entrada triunfal, apontando erros e criticando o que está posto, oferecendo as únicas receitas que funcionam, minando iniciativas anteriores com frases de efeito e muita auto-ajuda, ironicamente fazendo isso após falar de PDCL, Kaizen, Gemba, baby steps, Karasek e Tuckman.

Tem muito agilista que palestra sobre um monte de coisas legais, descoladas, divertidas, criativas, mas na maior parte das vezes tudo isso ele faz em 25% do seu tempo, nos outros 75% não é mais que um bom e velho GQA de processo, porque agilidade tem que ser do jeito dele.

É fácil de reconhecer, eles tem convicção de que o que eles sabem e orientam é a melhor solução, as outras não, consequentemente geram um paradoxo esdrúxulo, pois eles defendem a auto-organização, desde que da forma deles, o resto é ilógico, ruim e incongruente.

Ok, entendo, é um bom negócio!

O MiMiMi do Scrum, Kanban, ScrumBan, XP, Lean, SAFe, S@S, Less, Mng 3, DT, não tem fim e gera milhões de receita, cada um de seus defen$ore$ fazendo de conta que só o seu resolve … eu sempre ofereci escolherem um como base, pinçando boas práticas e opções dos outros não oferecidas pela base escolhida.

A maioria omite os pontos de contato porque o seu curso, certificação, coach, palestras e outras fontes de receita e ribalta são Scrum, Kanban, XP, SAFe, … Tem que fazer de conta que é único, singular e mágico … a discussão entre Scrum, Kanban e XP seria engraçada se o ônus não fosse tão alto para o mercado e empresas.

Se é um ou outro, se não pode experimentar, se após acertar não pode mais errar, se todas as equipes possuem pautas e métricas extrínsecas comparativas, se apontamos “culpados”, se errar é inaceitável, qual foi a aula sobre Agile que eu faltei?

Uma das estratégias mais incríveis é negar aprendizados, ao invés de continuar evoluindo é preciso negar, se não conseguir, mudar os nomes das coisas, via de regra eu fico com a impressão de que o objetivo é preparar a próxima palestra no próximo evento, permanente gerando o próximo “case” … business em segundo plano.

Os eventos de Agile a muito tempo se tornaram iguais aos de Startup, grandes cifras e muito showbiz, muitos dos que estão lá palestrando estão mais preocupados com seu enorme ego e seu business do que passar conhecimento realista, verdadeiro, vicariante útil.

Paradoxo do coach indispensavel substitui o paradoxo de controle e o do super-heroi

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