Ao usar fluxos iterativo-incrementais, temos em qualquer metodologia um momento para registro de lições aprendidas, proporcionando boas reflexões, debates, valorizando o cunho interpessoal, com foco em melhoria contínua.
Já era uma recomendação histórica uma reunião para registro de lições aprendidas durante um projeto antes de seu encerramento. Hoje, tornou-se um hábito realizar debates de lições aprendidas a cada iteração.
Seguindo a curva de Tuckman, gradualmente temos, em um novo time ou projeto, cada vez menos ajustes decorrentes de desalinhamento ou dissonância e cada vez mais oportunidades de inovação e empreendedorismo.
Se desde o início nos esforçamos em inovar e empreender em nosso processo de trabalho, tecnologia, ambiente, ferramental, competências, isso exige esforço, gera riscos e deles aprendizados, que retroalimentam o fluxo.
Projetos de ontem são hoje programas
Aquilo que um dia no passado chamamos de projetos grandes, hoje como regra são programas, quer com MVP’s e MMP’s ou Releases temos entregas significativas a nível de semanas, jamais a nível de meses (ou anos como antigamente).
Aquilo que chamávamos de projetos, hoje fracionamos em pedaços menores baseados em valor para validação ou antecipação passíveis de serem rapidamente entregues … com foco em obter o melhor possível lições aprendidas.
Refletindo desta forma, pensando em mínimos produtos viáveis, em releases mais significativas ao negócio, percebemos que lições aprendidas é o nosso principal motor, na escala de horas, dias e semanas.
Modelo SECI de GC
O modelo SECI da gestão do conhecimento, propõe uma espiral que inicia pela troca e aprendizados interpessoais, experimentados pelo grupo, compartilhado com outros, registrados como boas práticas pela organização.
Neste contexto é fácil perceber a interação do dia a dia, os ciclos de retrospectiva e debates, as comunidades de práticas ou chapters como alguns adotaram, alimentando mapas ou toolbox de técnicas e abordagens (auto)recomendadas.
Neste contexto de GC materializa-se desde o fluxo cotidiano interpessoal baseado em Kaizen, a experimentação necessária para o aprendizado prático, empírico, até a busca pela ambidestria entre entrega e melhoria contínua.
Ciclos iterativos de registro
Aprendemos e melhoramos no dia a dia, na medida em que fatos acontecem e merecem nossa atenção para entendimento e execução, entretanto, em muitas metodologias proporciona-se momentos lúdicos e descontraídos para consolidação.
O aprendizado é Kaizen, acontece a cada dia, a cada hora, mas tem-se a retrospectiva como um momento dedicado a melhor discuti-los e endereçar ações subsequentes ou complementares, registro, inter-equipes, organizacional.
No caso do SCRUM, os aprendizados ocorrem no dia a dia e a cada final de sprint há um momento de confraternização, comemoração e reflexão chamado de retrospectiva, quando os momentos e aprendizados do sprints são debatidos.
No caso do PMBOK, temos o processo de lições aprendidas, momento em que há o registro de todas as ações, reações e percepções úteis a futuros projetos para evitar riscos desnecessários e aproveitar oportunidades já conhecidas.