Post de férias – Estamos perdendo uma geração de talentos

O Brasil sempre foi terreno fértil para exportação de talentos, levas de brasileiros descontentes com a vida na republiqueta Macunaíma migram de bom grado para gerar riquezas mundo afora. Nas últimas décadas isso se transformou em êxodo.

Torço por cada um deles, dezenas da minha timeline, profissionais qualificados, competentes, a maioria são jovens com muito a contribuir, correndo atras de seus sonhos, por um futuro melhor.

Nos últimos anos, enquanto a política e economia brasileira degradam mais e mais, milhares de jovens talentosos migraram atrás de uma vida melhor, oferecendo seu intelecto e ideias a empresas no Canadá, Austrália, UE, EUA, Asia.

Fluxos migratórios fazem parte da saga humana, mas enquanto países de primeiro mundo possuem planos de atração, o Brasil não tem sequer a dignidade de ter um plano de retenção de talentos, estamos definhando intelectualmente por inépcia política, cidades sem segurança, saúde precária, educação ridícula.

“O gigante não está adormecido, ele está em coma induzido pela sua casta política e lideranças sanguessugas!”

Programas seletivos de migração

O Canadá e Oceania são ícones nesta atração … há décadas estão de braços abertos, atraindo profissionais em áreas de interesse a contribuírem em troca de fixarem residência em uma sociedade mais estável e crescente ao invés de uma insegura e imprevisível como a brasileira.

Meus sobrinhos estão radicados na Inglaterra e Alemanha, minha filha já passou meio ano na Europa e retornou só porque não tem dupla cidadania, postergando sua migração para depois de formada. Na minha timeline no Face, dezenas de amigos mundo afora, em 2016 o que mais atraiu é a Irlanda, Dublin.

Enquanto isso, aqui temos falta de segurança, burocracia, corrupção, uma política 100% contaminada onde a direita e a esquerda só querem encher a guaiaca e quanto mais perdermos gente que pensa melhor. É mais fácil “liderar” e roubar ignorantes … Quanto pior melhor, porque assim mais eles desviam dinheiro.

Sistema de patentes

O sistema de patentes surgiu com o intuito de assegurar ao inventor a exploração de seu invento, exploração ou concessão, desde meados do século XV na Itália. O conceito assegura investimentos em invenções – Thomas Edison registrou 2.332, Henry Ford 161, a Kodak vendeu por meio bilhão 1100 de suas patentes.

Em 2012 a Organização Mundial de Propriedade Intelectual apontou o Brasil como penúltimo país em escritórios de patentes. Os EUA com mais de 2 milhões de patentes, o Japão mais de 1 milhão, o Brasil em penúltimo lugar. Me pergunto, quantos brasileiros em empresas e equipes que geram patentes lá fora?

A seguir um mapa de volumes da produção científica mundial (link):mapa-mundo-artigos-cientificos-838x419

No Brasil, todo o sistema é corrompido, é cada um por si tentando tocar o barco, a não ser que a comissão seja polpuda, porque daí é possível ver extrema “direita” e “esquerda” macunaímas juntos no guichê para receber em cash. Quem diz que isso é igual em qualquer lugar do mundo é porque é cego, envolvido ou acomodado.

Nova Economia

A globalização intensificou muito o processo de concentração intelectual e econômica, se por um lado qualquer pessoa pode competir pelo mercado mundial a partir de um link com a internet, é mais intenso e profundo no 1° mundo, protagonizado por pessoas do mundo inteiro que para lá são atraídos.

Se o primeiro mundo sempre esteve a frente na geração de riquezas, a nova economia potencializou sua penetração. Como as incensadas soluções globais como airBnB e Uber, entre outras, intermediários de serviços locais. Eu pago R$20 para usar um serviço “do” UBER, dirigido por um autônomo gaúcho em um carro de sua propriedade, que envia R$5 para o UBER.

Antigamente o primeiro mundo tinha que abrir filiais, construir fábricas, investir em escritórios, contratar, etc … na nova economia isso absolutamente não é mais necessário, um App e alguns advogados são suficientes para usar a desagregação absoluta de países com políticas autofágicas, falta de projetos sociais sérios, ausência completa de protagonismo comunitário … é dinheiro fácil!

Conclusão

Eu sempre imaginei uma economia colaborativa, baseada em relações mais abertas, sustentável em toda a amplitude de seu significado, mas o século XXI vem mostrando que a Nova Economia possui efeitos colaterais decorrentes do enorme desequilíbrio sócio-político-econômico mundial que só tem intensificado as diferenças nacionais. Se há ganhos periféricos, tangenciais, eles mascaram a migração cada vez maior de recursos e intelectos, um e outro se retroalimentando.

O Brasil não só está perdendo grande parte de uma geração talentosa por seus desmandos, corrupção e caos social, como esta ajudando a gerar patentes e riquezas do outro lado do planeta, mantendo um ciclo vicioso secular que começou com o pau-brasil e que a falta de habilidade política só faz aumentar.

2 comentários

  1. Estes posts me fazem lembrar um livro que meu pai lia para nós quando crianças – O homem que calculava de Malba Tahan – onde seus cálculos eram mágicos, matematicamente perfeitos, brincando com números inteiros, reais e frações. O problema é que política e seres humanos não são números, é muito mais complexo que isso, ainda mais os brasileiros, um povinho imersos em uma cultura política que afugenta pessoas idôneas e atrai somente os cafajestes a séculos, desde as capitanias hereditárias. Isso não é pessimismo, é realismo, tomara que tenhas razão, que o Moro inspire outros e coloque toda a catrefa na cadeia, abrindo espaço para estadistas e gestores \o/

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