Algumas reflexões sobre agilidade pela Curva da Inovação

O conceito da curva de inovação, ou Lei de Difusão da Inovação, diz respeito ao processo de adoção de novas ideias, tecnologias ou metodologias.  A dinâmica da aceitação da inovação é fundamental para as empresas manterem a competitividade e relevância no mercado.  

A Teoria da Difusão da Inovação foi postulada em 1962 pelo sociólogo norte-americano Everett Rogers, refere-se a como uma nova ideia, produto, tecnologia (ou metodologia) é adotada ao longo do tempo por um grupo específico de pessoas ou mercado.

1. Inovadores: São os visionários, aqueles que se arriscam e buscam investir em uma ideia inovadora, produto, serviço (ou metodologia para desenvolvimento de software).

2. Primeiros Adeptos: Grupo que percebe algo de novo acontecendo, algo que pode lhe agregar valor e aceita ir além de experimentação inovadora, empenhando-se na sua adoção.

Sair dos primeiros e atingir uma maioria inicial é o que o modelo chama de abismo, proposto por Geoffrey Moore no livro “Crossing The Chasm”. Em Agile este passo contou com eventos e uma ativa comunidade para compartilhamento de conhecimento, experiências, fracassos e sucessos.

3. Maioria Inicial: Este é um divisor de águas no modelo, ao ultrapassar o abismo dos primeiros adeptos e consquistar uma fatia significativa de mercado.

4. Maioria Tardia: Neste grupo temos maior resistência quanto a crença do valor agregado pela inovação. Muitas vezes temos simples mimetismo, conforme a Teoria Institucional (*).

5. Retardatários: O último grupo é o que tem maior resistência ou aversão a mudança, evitando sequer experimentá-la de fato, postergando-a o possível.

(*) A Teoria Institucional teve seu início com Meyer em 1977, segundo o qual as organizações são levadas a incorporar as práticas e procedimentos definidos pelos conceitos que predominam no ambiente organizacional e que estejam institucionalizados na sociedade ou em seu segmento.

A curva de inovação é influenciada por elementos que precisam ser entendidos:
Inovação – A natureza da própria inovação e a potencial para geração de valor;
Disseminação – Sua comunicação, meios e canais, incluindo idoneidade e isenção;
Distribuição – O acesso facilitado ou não a inovação que otimize sua adoção;
Contexto – Como essa inovação acontece – fatores sociais, culturais e econômicos.

As metodologias leves das décadas de 1980 e 1990, posteriormente batizadas de Ágeis a partir do manifesto de 2001 seguiram esta trajetória de adoção … iniciou por visionários inovadores, contradizendo as convicções e informações disponíveis à época, seguiu com early adopters, guiados pela experimentação e apoiados na criação de comunidades ágeis. Houve um hiato dedicado ao convencimento para que então um grande volume de empresas a adotasse com segurança … A partir daí temos um forte viés de mimetismo imposto ou em busca de legitimidade.

Atualmente, a academia não só apresenta as metodologias ágeis como base na definição de processos para desenvolvimento de software, baseados em valores e princípios ágeis, mas aprofunda cada vez mais conceitos combinatórios com abordagens que variam do Design Thinking e Lean Startup, passando pelo Management 3.0 e o Learning Agility no desenvolvimento humano.

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