As 10 faces da inovação – Tom Kelley

A IDEO, empresa referência em design no Vale do Silício, creio que a maior disseminadora dos conceitos de Design Thinking, tem seus sócios como autores de sucesso sobre inovação – Tom Kelley escreveu As 10 faces da Inovação, enquanto seu sócio Tim Brown o icônico Design Thinking – Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias.

O livro de Kelley apresenta em seu livro os dez papeis, funções ou “faces” da inovação que cada um de nós pode assumir em sua atuação pessoal ou profissional – antropólogo, experimentador, polinizador cruzado, obstáculo, colaborador, Diretor, arquiteto da experiência, cenógrafo, cuidador e contador de histórias.

Estas são as dez faces mais comuns e desejáveis, sobre as quais cada um de nós pode assumir em diferentes momentos, diferentes papéis, de forma natural, por designação ou obrigação. O ideal é que tenhamos consciência e desenvolvamos o maior número destes talentos, que são:

1. O antropólogo é quem estuda e analisa as pessoas, seu comportamento e decisões de mercado em seu aspecto etnográfico. A antropologia é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o ser humano e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões. A etnografia é o método utilizado pela antropologia na coleta de dados em um contato inter-subjetivo entre o antropólogo e seu objeto de estudo. A base de uma pesquisa etnográfica é o trabalho de campo.

2. O Experimentador é aquela pessoa com frequente ímpeto por novas ideias e conceitos, afeito a fazer protótipos, experimentações, validando hipóteses e pressupostos. O experimentador é naturalmente inquieto e se dispõe a uma constante busca pelo novo, pelo tentar algo diferente. Uma representação é a proposição frequente de protótipos e experimentos a serem validados.

3. O polinizador cruzado diz respeito a ambidestria, é cruzar diferentes conhecimentos, informações, oriundas de diferentes campos para ressignificá-las para aproveitamento original em seu campo. Se dispõe a conhecer, a pesquisar, reunindo diferentes percepções de mundo, pela inovação em diferentes áreas, para então reuni-las, organizá-las, para extrair dali inspiração para si mesmo ou outros inovarem, empreenderem, pensar e fazer diferente.

4. The Hurdler (quem corre corridas de obstáculos) identifica quem domina as regras do jogo e conhece o ambiente, sintetizando tudo isso em ideias e soluções. São organizados, racionais e conseguem sistematizar um processo de descoberta, identificação, ideação e solução como poucos. Segundo Kelley, é um profissional útil para se ter sempre por perto quando o bicho pega.

5. O colaborador é aquele sujeito que pode não saber a solução, mas sempre sabe a quem recorrer, a quem perguntar, é o cara das conexões, do networking. É um pivot ou orquestrador, tem o talento de reunir as pessoas certas para o desafio e instigá-las ou engajá-las a se envolverem e encontrarem juntos uma solução.

6. O diretor é aquele cara com talento para gerenciar ou liderar o trabalho em equipe, organizar um time alocando as pessoas certas. É o gerente de projetos nato, sabe se comunicar, tem facilidade para oruestrar, distribuir responsabilidades e tarefas, com a habilidade inclusive de sugerir uma forma de trabalho compatível com as pessoas envolvidas e interessadas.

7. O arquiteto de experiencias é aquele profissional com interesse e talento para ir além no esforço de compreensão da relação das pessoas entre si e com o produto ou serviço em análise. É ir além das percepções óbvias e entrar em informações mais profundas sobre a experiência do cliente, existente, desejada e possível.

8. O designer de ambiente (cenógrafo) preocupa-se com o contexto no qual a inovação acontece, elementos que inspirem a criatividade, o engajamento. Tem a ver com ambientes inovadores, não apenas a espaços disruptivos, mas transformar espaços usuais usando elementos possíveis e acessíveis, não só decorativos, mas criativos, divertidos, saborosos, que gerem um contexto agradável e instigante.

9. O cuidador é o irmãozão mais velho, é aquele cara com quem todos contam. Pessoas que percebem nuances, mudanças de humor, variações que são indicativos de novas necessidades ou alterações impactantes que precisam serem trabalhadas. É o parceiro que demonstra real empatia, é atencioso no momento certo, gerando um ambiente mais harmonioso e sinérgico.

10. O contador de Histórias é o profissional que sabe muito se comunicar, tem talento pra contar histórias (storytelling), tem habilidade em harmonizar os passos de um storyboard. Todos em um time precisam saber um mínimo, mas as vezes temos alguém a quem todos recorrem para melhorar, para encontrar a melhor fórmula para uma comunicação eficaz.

Eu descobri mais uma, que tem muito a ver com pensamento lateral, é o a “política do décimo integrante” proposto no filme “Guerra Mundial Z” – Quando em um grupo de dez, temos já nove em consenso e unanimidade a favor ou contra algo, o décimo tem a OBRIGAÇÃO de pensar diferente, de ir contra a maré … É “o décimo integrante!”

Para treinar isso, tem jogos de tribunal, onde escolhemos aleatoriamente qual grupo será do time de advogados de defesa, para defender uma ideia e qual será o time da defensoria, que irá justificar consistentemente contra ela … um exercício que nos tira da zona de conforto e nos faz buscar pontos fortes ou fracos, argumentos a favor ou contra.

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