Vamos filosofar, porque faltam filósofos na TI e filosofia é essencial!
Entender a essência de MVP (mínimo produto viável) você precisa, porque é para todos, a essência é para qualquer projeto, produto ou serviço. Mas cuidado, muitas imagens e alegorias comuns podem gerar uma má interpretação relativa a experimentação e descartes sucessivos, ilação a projetos inovadores com grande dinamicidade na proposição, com pivots já desde antes de começar a construir, desde a ideia e entendimento do desafio até o produto final.
MVP é essencial e o conceito é aplicado em ciclos iterativo-incrementais-articulados desde a ideia até a entrega final … mas MVP não esta amarrado necessariamente a pivots, podendo ou não estar associados. O MVP é uma versão o mais simples possível, focada na explicitação do valor que um produto pode e/ou poderá agregar de forma a validar os próximos passos, enquanto Pivot é optar por uma alteração estratégica significativa em função da não validação de sua estratégia atual ou oportunidade melhor.
Assim como “Errar é bom” não é um dogma, pois muitas vezes errar é ruim, fruto do descaso, da displicência ou banalização do erro, pivotar é para ser uma consequência e não uma garantia pela falta de boas práticas de empatia em ciclos anteriores, com validações e ajustes, brainstorming, modelagem, planejamento, progressivamente … desde o campo das ideias, mocks até construção e entregas.
MVP é para ser um conceito difundido não só em projetos inovadores e startups, mas projetos de todos os portes, empresas e construção. MVP é experimentação mínima focada em validação de valor, algumas vezes pouco tem a ver com a alegoria do skate, patinete, kart, para um dia chegar ao carro. Mas, MVP também é construir o carro uma parte de maior valor por vez, ajustando, seguindo adiante até a finalização do carro desejado.
O contexto deve ser entendido, o ciclo sempre inicia com o entendimento do problema, brainstorming, modelagem da solução, cada passo é posto a prova e é importante para o próximo passo. Como um sistema de seguros, franquias ou matrículas, que podem ser o exemplo do carro que inicia pelo banco, que pode mudar, mas será um banco afinal, o painel que pode ser ajustado, mas será um painel afinal, assim por diante até ter o carro pronto … fazendo a parte mais relevante a fazer por vez, evolutivo, iterativo-incremental-articulado \o/
Praticamente todos os projetos de que participo, de startups a multinacionais, iniciando no foco de idear, modelar, validar antes de construir, em ciclos de discovery e delivery, validação e ajustes entre proposição e construção. Os MVP’s e pivots não são de alhos para bugalhos, mas detalhes, na arte de fazer apenas o que precisa ser feito, aproveitando oportunidades de focar naquilo de mais valor.
A probabilidade de eu ter que fazer um patinete, bicicleta e moto para chegar em um carro via de regra é uma percepção do zero ao produto pronto. Reduzindo a probabilidade de grandes pivots na medida em que vamos fazendo o dever de casa, do campo das ideias até a entrega final, sempre com muita empatia, envolvimento, validação e ajustes com as melhores práticas e paradigmas.
Escrevi este post porque a maior parte dos projetos que me envolvo se utilizam do conceito de MVP, toda inception tem MVP1, MVP2, MVP3, uma forma de enfatizar este mindset, antigamente tínhamos fases, releases ou entregáveis. O objetivo é explicitar o foco no mais importante para validação de hipóteses. Eventualmente a mudança de rumo é significativa, mas via de regra os ajustes melhoram, evoluem a ideia ou plano, raro é skate, bike, moto e no fim carro.
No início sim, usando de muitas validações, pesquisa, focus group, pretotyping, prototyping, mas na medida que começamos a construir, via de regra, mesmo seguindo o conceito de ter vergonha da primeira versão, convergindo e fixando na modelagem e construção de um carro … parte a parte, um espiral até o fim.
Espero ter sido útil na provocação, sempre use MVP’s, entenda valor, evolua, mas tente validar desde antes da ideia se materializar. Você não é obrigado a pivotar N vezes para ser um sucesso, se fracassou não necessariamente é porque deveria ter errado e pivotado, assim como pode errar e pivotar e mesmo assim não dar certo … se puder optar, valide antes, se puder não errar, vença! Sou contra o culto ao erro e ao pivot, errar e pivotar não são dogmas, são opções!
Excelente texto, por vezes me pegava descaracterizando a ideia do projeto e fazendo o mesmo não atender a todo o problema que estávamos disposto a solucionar no inicio, só tentando entregar o MVP mais simples ao mercado para ser validado, excelente exemplo do carro, no qual não precisamos iniciar com um “skate”. Obrigado pelos conhecimento!
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Grato pela tua colaboração, comenta sempre que quiser, por aqui ou pelas redes, também fico a disposição … o/
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Parabéns pelo artigo!
Para complementar, eu gosto desse artigo o Henrick “Making sense of MVP (Minimum Viable Product) – and why I prefer Earliest Testable/Usable/Lovable” onde ele conta a história e traz a o ideia do testavel primeiro. Isso tem que ajudado a explicar de forma mais prática.
Link: http://blog.crisp.se/2016/01/25/henrikkniberg/making-sense-of-mvp
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Vou baixar e dar uma lida com calma no voo, valeu a dica o/
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Show de bola é sempre interessante alinhar os conceitos para ter consenso!
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É verdade, realinhar alguns conceitos é uma forma de evitar que acabem se consolidando com um único viés ou percepção é vital, vivemos em um mar de variados conhecimentos, siglas e sopa de letrinhas … de tempos em tempos precisamos questionar, discutir, realinhar, … para não sairmos hora dessas pela tangente … [ ]
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