Com frequência, jovens e alunos, alguns veteranos também, me procuram para ajudar a quebrar alguns paradigmas, refletir e materializar um plano de carreira. Para ajudar é preciso resgatar sua história, aspectos essenciais, ajudar a melhor mapear e organizar seu contexto, referências, novas atitudes e principalmente, estabelecer objetivos.
Fui criando guias, onde a mais resumida e focada, bem útil para uma recolocação e que uso a bastante tempo é https://jorgeaudy.com/2020/03/12/mapa-tatico-para-recolocacao-profissional/
Hoje são duas folhas A3 que conduzem um storytelling com HMW sobre sonhos, profissão e carreira, gerando as deixas para falar sobre empatia, cenários, antecipação, valor, com destaque para networking e provocações sobre o paradigma onde o profissional precisa escolher a empresa tanto quanto a empresa escolher o profissional.
Em cada nova informação, podemos usar cards com cores que identifiquem prioridades, insights, pontos de atenção, especialmente a primeira folha, onde temos formação (podemos colocar tickets destacados com certificações ou treinamentos), em hobbies, posto que muitas vezes hobbies são grandes aliados para integração e interação.
Entrevistas e contatos, ter na ponta da língua o que quer, porque, referências, competências:
A empresa mapeia e sabe exatamente o que esta procurando, infelizmente quem esta sendo entrevistado as vezes só quer um emprego, não tem muito o que dizer, conversar, se posicionar. Antigamente precisávamos do CV e uma prova técnica, hoje também temos longas conversando sobre vivências, plano de carreira, mapa de competências, expectativas.
Planejamento de carreira é algo essencial para entrantes no mercado, que muitas vezes nem tem muita convicção sobre o que querem fazer, informações úteis ao se prepara para uma entrevista, posto que cada vez mais os entrevistadores buscam pessoas que sabem o que querem, tem atitude, certos de suas certezas e de suas incertezas.
Profissionais, é fundamental constantemente expandir sua rede com profissionais de referência (pág.1):
Mapear quem são os nomes em destaque, porque se destacam, onde e como interagem e geram valor, usualmente nomes do circuito de eventos, palestras, webinars, artigos, posts, que merecem ser fonte de inspiração. Eu uso o termo cercar, quer dizer, seguir nas redes, assistir, interagir sempre que possível, conhecer e se fazer conhecido.
Ao fazê-lo, nos mantemos informados sobre a excelência, não só competências essenciais, hard e soft skills que os destacam, mas sobre ferramental, técnicas, boas práticas, seguindo o modelo de Broadwell que destaca a importância em saber que existe, sair da ignorância, para então ter atitude e querer aprender, se desenvolver.
Atuações (personas) e valor, saber as profissões e carreiras em destaque onde pode e quer atuar (pág.2):
Uso a alegoria de personas do design thinking para explicar papéis almejados, uma forma de entender que é preciso saber pelo que esse profissional é valorizado, que valor ele agrega, seus principais atributos. Essas informações geram em nós a percepção de prioridade naquilo que é nosso plano de desenvolvimento, estudos, investimento.
A oportunidade de ampliar de forma constante seu networking com profissionais da área e papéis que temos interesse é um grande acelerador para saber rapidamente de oportunidades, novos conhecimentos, chances de tornar-se conhecido na área de forma discreta. Se você é da área jurídica, o mínimo é ter uma rede crescente de advogados, escritórios e até juízes sempre que possível.
Empresas, networking e canais, estamos no ápice de uma visão de cenários possíveis e envolvimento (pág.2):
Identificar as empresas onde mais quer trabalhar é um exercício permanente, ao ter um bom e crescente networking, ao participar de fóruns e eventos, inevitavelmente conhecemos mais e mais detalhes sobre empresas. Sua cultura, práticas, oportunidades, investimentos, também sobre seus negócios, produtos e serviços, até mesmo sazonalidade.
Investir na aproximação de profissionais, empresas e desenvolver um networking que gere um ciclo virtuoso de informações e oportunidades, também tem a ver com a reflexão sobre canais e relacionamento. Como você usa as redes sociais, o quão é ativo e atrai a atenção, o quanto posta e compartilha coisas sobre a sua área, isso não pode ser difícil, se é, é um ponto de preocupação.
A primeira página A3 é um exercício de visão de vida, contexto e trajetória até aqui, na prática é um aquece para a segunda página:
1. Identificar o nome e, se quiser, família imediata, com quem vive;
2. Algo que curte muito sobre o seu momento hoje;
3. Algo que o preocupa, que o tira do sério hoje;
4. Liste seus hobbies, talentos, esportes, coisas que faz por curtição;
5. Rendimentos (quanto ganha hoje) ou de onde vem essa grana;
6. Despesas (quanto gasta hoje) ou onde vai a sua grana.
7. Formação, com seus cursos, eventos, etc;
8. Experiência, sobre trabalho, formais ou informais.
9. Sonhos, desejos para a vida, viagens, família, conquistas;
10. Carreira, o que já havia projetado ou previsto;
11. Profissionais de referência, aqueles que vale a pena se aproximar;
12. Competências que os destacam, que os fazem ser reconhecidos como tal.
A segunda página é onde mapearemos nossas percepções, meios, objetivos e um plano com priorização de atividades priorizadas:
1. Papéis ou personas sobre as atuações possíveis ou desejadas, podendo ser cargo, função, colocação;
2. Qual o valor que estes papéis entregam e são valorizados, hard e soft skills, desempenho.
3. Quais as empresas são aquelas top 3 onde quer realmente continuar ou entrar em breve;
4. Networking é a identificação de quem pode ajudá-lo a fazer isso acontecer, chegar onde quer chegar.
5. Canais e relacionamento? Qual passará a ser sua estratégia em redes sociais, grupos, eventos, …
6. Um plano de atividades, ações, empenho, mudanças, devidamente priorizada e sequenciada de 1 a 5.
Tenho dezenas de posts com ferramentas destinadas para auto-conhecimento, abordagens, modelos, técnicas, um carinho especial com planejamento de carreira por ser professor e ver esta inquietude e muitos erros em jovens meio perdidos neste quesito. O artefato acima descrito não é a evolução disso tudo, mas um instrumento mais, pois as vezes um SWOT basta, as vezes um mapa de rede, outras um Value Proposition com um plano de melhoria naquilo que faz para tornar-se melhor, caso-a-caso:
Mas, com ou sem planejamento de carreira, boa sorte aí!