Gravando vídeo-aulas

Decidi compartilhar aqui alguns aprendizados enquanto gravava esta semana oito horas de vídeo-aulas para um cliente da DBServer que contratou um curso em vídeo sem trabalho de equipe de edição. Será oferecido em EAD para mil profissionais da empresa via plataforma interna usando Moodle.

Não faça sozinho, este foi o maior aprendizado, é preciso alguém fora de fluxo para perceber o que você não está vendo. Você está construindo, gravando, melhorando, mas se tiver alguém ao lado tomando um café, só para chamar a atenção àquele detalhe que está lhe passando … fechou!

VÍDEO e ÁUDIO – Optei por gravar usando um notebook, um microfone de lapela bidirecional, na sala de treinamento da DB no TecnoPUC, usando o ZOOM, que grava com boa qualidade, incluindo o instrutor em uma janela PIP na superior direita e salva dois arquivos – MP4 e M4A (só áudio).

A opção pelo ZOOM é porque seria um trabalho de gravação direta, sem edição, PIP, com opção de entrega de um arquivo de vídeo e outro só com o áudio, tipo podcast. O ZOOM faz tudo isso automaticamente, só pedir para gravar e curtir a viagem.

NO STRESS – Na minha opinião, não seja um robô, não elimine todo e qualquer deslize, deixe vídeos perfeitos para edições perfeitas de instituições perfeitas. Eu tentei levar para o vídeo o que nos diferencia, como um papo descontraído, como em um de nossos presenciais, reais, com dicas.

Não pense e leve a sério demais, senão nada será o suficiente, o fato que em uma semana haverá mil pessoas assistindo é para ser um estímulo e não pressão. Isso se traduz em uma gravação séria ou descontraída, se estiver tenso, vá tomar um café, interaja com colegas e retorne.

IMAGENS x TEXTOS – Sempre em minhas palestras, aulas e workshops eu privilegio imagens, jamais conteúdo textual, porque o conteúdo eu ajusto conforme o grupo. Em vídeos é preciso ter mais textos. Não é ter longos textos, mas o suficiente para conciliar o que falamos com o que se vê.

ANIMAÇÃO – Qualquer tela com mais de um elemento merece iniciar com o label e um elemento-chave, após isso, tudo o mais deve entrar um pouco de cada vez, usando efeitos e animação. Estes recursos em movimento mantém a dinâmica, sincroniza fala e visão, retendo a atenção.

MARCAÇÃO – É importante usarmos “folhas de rosto”, aquelas páginas que demarcam o fim de um tópico e início de outro. Usava muito pouco este recurso e nas gravações, além de redistribuir o material em muito mais telas, incluí várias folhas de rosto, início, fim, transição.

DIMENSIONAMENTO – Em diferentes aspectos e perspectivas, por um lado, é preciso ter o dobro de telas que usamos em workshops presenciais, assim estabelecemos uma dinâmica mais fluida. Por outro lado, menos elementos por tela, telas mais enxutas, especializando mais uma informação por tela.

Estes tópicos andaram juntos – Imagens/textos, animação, marcação e dimensionamento, ao final todo o material havia sido refatorado … tudo! Creio que não sobraram telas sem edição, animação, split ou incrementos. Foi uma viagem muito singular adaptar o presencial ao EAD.

TREINO – É importante gravar duas ou três vezes apenas para treinamento e apropriação do conteúdo e sua dinâmica de gravação. Por mais que conheçamos o material e por mais cursos presenciais que tenhamos dado, a gravação de vídeos é muito diferente e isso exige treino.

O treino NÃO é para uma gravação ideal, mas para descontrair e achar de forma natural o timing do conteúdo. Em média foram duas ou três gravações para ajustar telas, mudar as animações, incluir transições. Ou seja, para cada hora foram quatro horas, então Einstein tinha razão …

FATIAS – Para 8 (oito) horas totais de aula eu afinal as fracionei em quatro módulos, cada módulo com 4 a seis pedaços, variando de 20 a 30 minutos de conteúdo. Poderiam ser menores, mas desta forma totalizaram mais de 20 takes a serem liberados e devidamente configurados.

De início discutimos exemplos de grandes players, vídeo-aulas desde 7 a 8 minutos até 30 minutos por fatia, mas a conclusão foi por um volume adequado em equilíbrio para a montagem do curso no Moodle, configuração, três arquivos (pdf, mp4 e m4a) por aula e tempo para cada tópico previsto.

FEEDBACK – Para quem busca ler os olhos, o não verbal, a interação, para enriquecer e preencher as lacunas com os detalhes mais aderentes àquele grupo, lascou. Ao contrário, o material e a apresentação tem que ser o mais standard possível, pautando pela média previsível.

A partir desta questão do feedback e interação, é impossível colocar tudo o que gostaria de colocar, porque no presencial há muitas citações variáveis, teorias, modelos e autores, cases e exemplos. Mas nenhuma vez falamos todos, não cabe, então é preciso selecionar e desapegar dos excluídos.

LOCAL – Particularmente há dois pontos de atenção, a conexão e o ruído, não pensei em uma sala estanque, sem qualquer ruído externo, asséptico demais, curti um lugar real, que pareça mesmo um ambiente descolado de aulas onde as pessoas estariam se fosse presencial.

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