Ideias não são boas nem más, até que se transformem

Um post só para se divertir um pouco com os diferentes perfis que vemos no circuito startup, a cada evento, demo day, startup weekend, competição, banca, … as vezes isso tudo distorce o senso de realidade de Lean Startup de muita gente. A ribalta e a atenção acaba por fazer esquecer do básico, e os gurus do circuito acabam preferindo o espetáculo que a ação e a Effectuation.

Não foi a toa que criei o modelo Startup Quest, que tenho cada vez mais chamado de Startup Thinking. Existem forças motrizes e existe uma engine que gera a espiral da inovação. Lean startup é a base de tudo e growth é a senha. O desafio é validar cada centímetro de valor o mais cedo possível, o objetivo é o sucesso, uma peça do Lego de cada vez, ágil.

Lean startup, design thinking, agile e growth já não são novidade a muito tempo, eles já se tornaram mainstream. Não há quem discuta se é bom ou não (apenas se usa ou não), desde 2012 quando o Gartner propôs o pace layered, TI Bi-Modal e um modelo de combinação.

Há quem confunda ideias com ovos, holofotes, pipetas, LSD, etc. Há quem esteja tão tranquilo em ouvir que errar é bom, que esquece de tentar realmente fazer dar certo. Há quem curta ser o cara das ideias e não busque sua alma gêmea com foco em execução …

STARTUPEIRO

Saca um mínimo dos paranauês e faz acontecer, ideia é ação ou não vale nada, MVP é fracionar em pedaços, identificar o de maior valor para validações e dar o próximo passo, um a um, baby steps, seguindo preceitos do Lean Startup, Effectuation, Design e Agile Thinking. Mais, toda ideia tem n lados em equilíbrio delicado, entre eles o de negócio e o técnico.

CHOCADEIRA

Acredite, ideia não é um ovo a ser chocado. Tem gente que tem uma ideia e senta encima, conversam com algumas pessoas de confiança, mas passam-se meses, alguns conheço que foram anos e continuam lá chocando. Não desapegam, nem desenvolvem, … ideia, chega uma hora que caduca e morre, tem que virar a página, para poder iniciar uma folha nova.

RIBALTA

Por outro lado, tem aqueles que estão em todos os Demos Days, startup weekends, falam para todo mundo da sua ideia e o quanto ela é incrível. Tem pitchs incríveis como a ideia, mas não saem do lugar. Entram no circuito e curtem a ribalta, mas não botam a mão na massa, preferem ser o cara que teve uma ideia pelo maior tempo possível.

LABORATÓRIO

Tem aqueles que após ter a sua epifania se retiram para o seu canto, computador ou sala e lá ficam, se empenhando em construir algo “digno” de ser mostrado, validado. Quase sempre certos de que vai dar certo e será um sucesso … é a ideia de proveta, de laboratório. Passam-se semanas, meses e temos cada vez mais produto, numa verdadeira roleta russa.

ETÉREO

Tem aqueles que ficam no éter! Em uma escala de operacionalização de uma ideia, sendo 1 completamente abstrato e 10 explicitamente claro por onde começar seu MVP … são os 1’s. São aqueles que tem como ideia a Paz no Mundo, só isso, querem resolver algo titânico e abstrato, assim, do nada. Mas, não querem ou não sabem descobrir por onde começar a tentar.

INDECISO

Muitos tem múltiplas personalidades, debatem uma coisa, planejam outra e quando na estrada se dispersam, querem parar em cada posto e parquinho. As vezes até parecem que sabem o que querem, mas mudam de ideia a todo momento, gerando uma grande confusão em todos. São aqueles que em um pitch, o título, o problema, o valor, a solução, o diferencial, … não batem.

DISSONANTE

Tem aqueles que nunca ouviram falar de psicologia positiva, por isso acabam passando a maior parte do tempo se justificando e culpando alguém (jamais ele) por não estar andando. É a máxima da Sindrome do Impostor, da Dissonância Cognitiva, sempre transferindo, culpando, projetando, negando, racionalizando … normalmente por insegurança ou frustração.

Há outros, mas estes são os que com frequência se destacam, mas, inclusive do outro lado, entre investidores, hubs, aceleradoras e incubadoras tem tipos:

INVESTIDOR

É um parceiro, mais que nada, os objetivos de desenvolvimento e sucesso é por igual e a fórmula é ganha-ganha. Não existe soma zero, porque a hora em que o acordo passa a ser ganha-perde, um lado perde o interesse antes de perder o dinheiro ou a saúde. Ciente disso, ele busca equidade, garantindo ganhos proporcionais a cada parte envolvida.

BRIGADEIRO

É incrível como tem investidor que só investe em quem já deu certo. Vejo muita gente boa, com boas ideias, e o que dizem para eles é … vai lá, faz acontecer e depois volta aqui que eu invisto, está bom, estão faturando, mas é pouco, ainda tem espaço para crescer antes de acelerar.

TUBARÃO

Outra característica muito divertida nos investidores, além de chamar de investimento de risco algo quase sem risco, porque o risco é se vai se tornar unicórneo, não se vai falir. É que a proporção da grana e do retorno é hilário … eu te dou TRIN-TA mil em troca de 50% do teu negócio! Me lembra a indústria das editoras (qualquer uma), explicam e nem ficam vermelhos de vergonha.

GATO (POR LEBRE)

Há nesse universo um número enorme de gente que tem grana e contatos, mas não sabe nada dos paranauês. Ganha espaço, abre espaços, mas só sabe a teoria, 15 minutos de conversa e a gente vê o script decorado e buzzwords começarem a entrar em looping.

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