Em Fevereiro de 2001, em uma estação de esqui em Salt Lake City, Utah, dezessete profissionais que vinham praticando desde a década de 80, publicando e divulgando metodologias rotuladas como lightweight, se reunindo para declarar seus pontos em comum que vinham chamando a atenção do mercado pela disrupção e bons resultados conquistados.
Seguindo Lavoisier, inspiraram-se no Japão da década de 50, no visionário Taichi Ohno que preocupava-se com o desperdício e implementava gatilhos que desligavam teares no caso de defeitos, que na Toyota entraria para a história com o paradigma de produção enxuta junto a ícones como Toyoda, Sakichi, Deming, Juran e outros.
A partir de então, vários deles assumiram um status de referência, viajando o mundo, palestrando, criando institutos e certificações, resignificando o desenvolvimento de SW, aproximando-o do negócio e partes interessadas, quebrando o paradigma do “nós” (TI) e “eles” (usuários). Os métodos envolvidos e o Manifesto batizaram um novo mindset para a TI.
Aquilo que passou a ser conhecido como “Manifesto Ágil para Desenvolvimento de Software”, baseados em 4 artigos e 12 princípios, se consolidou como um marco divisório, providencialmente no primeiro ano do século XXI, um marco na virada do milênio. De lá para cá, o mindset proposto tornou-se um fato ou meta para a maioria das empresas.
Aqueles experimentos que iniciaram na década de 80, consolidaram-se nos 90, foram batizados em 2001 em uma montanha nevada. Desde então vimos um sincretismo cada vez maior entre diferentes metodologias, frameworks e conceitos, a partir da TI irradiando-os para toda a organização, em conceitos de Digital Transformation, Organizações Exponenciais, Fábrica 4.0, etc.
. 1992 – Crystal Clear Method – Cockburn
. 1993 – Scrum – Shuterland, Schwaber e Beedle
. 1994 – Analysis Patterns, UML Distilled, XP – Fowler
. 1996 – XP – Kent Beck, Cunningham e Jeffries
. 1997 – DSDM (Dynamic Syst. Dev) – Bennekum e outros
. 1997 – FDD – Feature-Driven Dev. – Jeff De Luca e Peter Coad
. 1997 – ASD – Adaptive SW Dev.. – Jim Highsmith e Alistair Cockburn
. 1999 – The Pragmatic Programmer – Andrew Hunt e Dave Thomas
Depois do manifesto vieram o casal Poppendick (Lean Development), Kanban, Agile escalado como Nexus e SAFe, além de muitas disciplinas que vieram a somar e potencializar seus resultados, como Lean Startup, Design Thinking, Gamefication, Lean Business Analysis, com outras dezenas ou centenas de técnicas e boas práticas alinhadas aos seus princípios.
O mercado busca Agile Transformation, empresas ágeis respondendo rapidamente ao mercado e tecnologia, não mais equipes e projetos, mas empresas criativas que aprendem. Desde 2008, me envolvi com SCRUM, Kanban e XP, mas também com Scrum of Scrum, SAFe, DSDM, Lean Office, também com Business Model Generation, Design Thinking … que formam hoje minha toolbox.
Nos últimos anos vimos um sincretismo cada vez maior entre diferentes metodologias, frameworks e conceitos, quer tradicionais ou ágeis, vide o PMBOK e seu Guia de Boas Práticas Ágeis, bem como o modelo abaixo proposto pelo Gartner na direção de proporcionar maior empatia, agilidade, equidade, eliminação de desperdícios, antecipando resultados e melhores taxas de sucesso.
Temos muito o que andar, mas a história nos inspira e dá a entender que estamos no caminho certo!