Sabemos o quanto pode ser difícil estabelecer novos padrões de ação, ambidestros, dinâmicos, versáteis e proporcionais a cada desafio, evitando ter resposta igual para A e B, havendo diferença essencial entre ambos que exijam outra abordagem, método, técnica, paixão.
Como contraponto à ambidestria, há a ideia de Thinkers como pessoas com mentalidade criativa e Doers sendo pessoas com talento em fazer acontecer. Tipo século XIX e XX em fábricas e suas linhas de produção, organizando-se castas de gente que pensa, gente que faz e, consequentemente, os inúteis.
“Até que os pensadores façam e os fazedores pensem, valor será apenas mais uma palavra em nosso rico e sobrecarregado vocabulário.” ~ François de La Rochefoucauld
No cérebro, existem mecanismos e caminhos que nos permitem ser tanto Thinkers quanto Doers. Então, não havendo maiores interesses envolvidos (sempre há), seria possível desenvolver-se e navegar entre criar, co-criar, aprender, ensinar, planejar e executar, conforme oportunidades …
Não a toa eu acredito no conceito de Toolbox 360°, porque pensar e fazer acontecer não pode ser exclusividade de alguém Thinker ou Doer, por mais que os integrantes destes silos queiram centralizá-los … impelidos por ribalta, visibilidade, dependência e remuneração.
Não confunda essa reflexão com um questionamento às áreas de P&D ou Inovação da indústria ou tecnologia, focadas no desenvolvimento de novos produtos, serviços, gerando por vezes startups ou spinoffs. Elas sempre tiveram e ainda tem um papel crucial em abordagens de laboratórios.
Cada profissional deve buscar um mix dinâmico entre seu lado pensador e seu lado executor, ter ambos como opção, juntos, pensar e fazer. Uma ótima ideia que não é feita, não vale nada, bem como fazer certo a coisa errada, ou fazer errado a coisa certa. O ideal é ter sempre o penso e os músculos atentos ao timing da oportunidade ou necessidade.
Como nesta equação não é só desejo, mas também tem neurociência aplicada, é preciso que constantemente nos desenvolvamos, identificando sempre o que precisamos desenvolver em nós mesmo, atitude, habilidades, comportamento, mas também técnicas e boas práticas.
Dissemino semanalmente conceitos alinhados ao Toolbox 360°, já escrevi sobre a GTD (Getting Things Done) do David Allen, também sobre Effectuation da Profª Saras, mais de 150 métodos, técnicas e boas práticas, a interpretação de mais de 100 teorias e modelos, mais de 130 jogos e dinâmicas.
É claro que cada um de nós possui limitações, mas por isso sugerimos maior empoderamento de times, de forma que o caminho passe pela sinergia, troca, incentivo entre seus membros. É mais fácil mudar, experimentar, aprender, insistir, quando há parceria para tanto.

O Lean tem em sua essência que toda equipe tem o desafio de se auto-conhecer e melhorar continuamente, conceito explícito ou implícito em muitos modelos, Ambidestria Organizacional, Organizações Caórdicas, Competências Dinâmicas, Exploitation x Exploration, Organizações Responsivas, Estrutura Dual de Kotter, até mesmo os três horizontes da McKinsey nos faz pensar sobre isso, trabalhar pelo resultado hoje e aos poucos construindo o amanhã … e o depois de amanhã 🙂