Ikigai não é cartesiano, não tem muros, nele devemos nos ver por inteiros

Inerente a filosofia de vida tradicional japonesa, por isso associado à longa expectativa de vida dos japoneses. Em sua origem, temos as palavras japonesas “iki” (生き) como “vida” e “gai” (甲斐) como valor ou dignidade – Buscar propósito para viver em harmonia, alegria em viver!

Segundo https://savvytokyo.comAkihiro Hasegawa publicou um artigo em 2001 onde “gai” vem da palavra “kai”, que é “concha”, porque no período Heian (794 a 1185) as conchas eram muito valiosas. Outras palavras, como hatarakigai, (働きがい) significa o valor do trabalho ou yarigai (やり甲斐がある) que significa “vale a pena fazê-lo”.

No ocidente somos mais cartesianos, por isso esta abordagem filosófica é representada em um Diagram de Venn (teoria dos conjuntos) que nos induz a enxergar nele um viés de carreira – o que amamos fazer, o que o mundo precisa, no que somos bons e pelo que somos pagos ao fazer.

Como previsível em uma abordagem filosófica, o conceito de Ikigai não é limitado a um único aspecto da vida, mas uma visão holística, no todo. Como um hobby, esporte, passatempo, convívio social, familiar, mesclado a aspectos profissionais, queremos equilibrar nosso Ikigai.

Tanto quanto o trabalho, é preciso pensar a vida como um todo, acordar cedo e fazer exercício, almoçar com amigos ou familiares, aproveitar melhor os finais de semana, pintar, podem preencher diferentes secções do Ikigai, tanto quanto carreira, profissão, presente, passado e futuro.

A priori, podemos usar o Ikigai como dinâmica para empresas, associações, iniciativas diversas, carreira ou simplesmente vida. Mas, filosofe, pense, coloque postits nas diferentes dimensões a partir de uma visão una e multifacetada de si mesmo ou de sua empresa …

Por isso mesmo, por ser uma abordagem filosófica, é frequentemente ligado a longevidade japonesa, porque buscar o equilíbrio não é necessariamente mudar tudo, as vezes é gerar balanço, iniciar outras coisas que complementem e gerem harmonia, gerem o ikigai.

Ikigai é o sentimento intrínseco de satisfação consigo mesmo, com sua vida, no somatório, não necessariamente em cada uma das partes. É buscar o balanceamento, como na alimentação – não é eliminar proteína ou açúcar, mas ter um bom equilíbrio entre todos os tipos alimentares.

Em uma dinâmica de Ikigai, buscamos o auto-conhecimento, tentando nos ver por inteiros, não com a única opção de buscar algo que atenda a todas as suas dimensões (seria o ideal), mas o que temos em cada uma delas e de que forma compomos cenários de equilíbrio e harmonia.

Se o trabalho está estressante, não necessariamente devemos eliminá-lo, talvez seja possível balanceá-lo com esporte e uma vida social satisfatória. Não é uma questão de ter opções OU, porque podem ser também E, como instalar contrapesos … Pense nisso!

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