Vou fazer uma sequência de posts sobre empresas e ambientes de trabalho inspiradores, alguns de verdade, daqueles que buscam equilibrar condições melhores de bem estar e produtividade em meio a uma cultura tão produtiva quanto criativa e agradável. Todas elas investem em seu principal ativo, nas pessoas, oferecendo espaços tão criativos e instigantes, quanto inusitados.
- Bancadas que temporariamente refletem projeto;
- Espaços amplos, bem iluminados e arejados;
- Equipamentos portáteis para mobilidade;
- Mesas e cadeiras ergonômicas;
- Espaços lúdicos individuais, um-para-um e de convivência;
- Gestores sentados junto da galera;
- Ambiente descontraído e auto-organizado;
- Todo o perímetro com quadros brancos;
- Salas de reuniões multi-uso e envidraçadas;
- Soluções e projetos arquitetônicos inteligentes;
- Elementos arquitetônicos coloridos e instigantes;
- Liberdade para caracterização das bancadas e em torno.
A Marinês Beheregaray Audy é arquiteta e trabalha a quase 10 anos em uma das empresas do TecnoPUC, ela vai me ajudar esclarecendo conceitos, pelo aspecto psicológico e arquitetônico. Não serão só obviedades, são conceitos que exigem mudança de atitude e comportamento, lembrando que são trata-se de grandes investimentos, não só investimento inicial, como na sua manutenção.
Nunca é tarde lembrar que há empresas que se travestem por mimetismo, construindo ambientes aparentemente inspiradores, mas sem mudar sua cultura tradicional baseada em comando-controle, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, mesmo com ordens distorcidas. Meu papel como Agile Coach é provocar o mindset por trás destes ambientes e metodologias, esse é meu foco:
Há críticas aos Open Spaces falando sobre ruído ambiente, posto que algumas pessoas precisam usar fones. Na verdade são ambientes que exigem uma nova forma de trabalhar, baseados em times ágeis e comunidades de prática, todos discutindo a cada iteração como melhorar o bem estar coletivo, produtividade, equilibrando interesses individuais e coletivos. Se é interesse comum, é natural que o ruído fique baixo em meio a outras construções coletivas.
Ainda tem muitas pessoas que não entendem o que é senso coletivo e auto-organização, creditando as pessoas a impossibilidade de chegarem a um bom termo, assim como Taylor e Fayol, ainda acham que pessoas não gostam de trabalhar, acham que sem pressão as coisas não se resolvem, essencialmente acham que sem eles a empresa não vai para a frente. Acham que seu pulso firme é que é a solução, mas na verdade são o maior gerador de zonas de conforto, de individualismo e falta de senso de trabalho em time. É acreditar ou não 😦
Visite algumas destas empresas, não são poucas e crescem a cada ano. Estou falando de equipes de TI, praticantes de métodos como SCRUM e KANBAN, métodos que atingirão em breve 80% das empresas segundo a opinião do Gartner em sua TI bi-modal e pace-layered, também crescentes a cada ano conforme os Chaos Report do Standish Group. Áreas e equipes que se organizam organicamente, mudando suas configurações a cada projeto, aproveitando o ambiente aberto para diferentes ações colaborativas e configurações.
Trabalho em um ambiente como este desde 2011, vários andares do prédio 99A do TecnoPUC são iguais as fotos abaixo. Também eu conheci a sede de uma empresa no distrito industrial de Eldorado do Sul que merece um artigo, pois poderia muito bem estar no Vale do Silício. A um mês atrás estive na WallMart.com e visitei o Google/SP … ins-pi-ra-do-res, não tenho fotos das bancadas deles, mas ilustram outras empresas e ambientes como elas (*).
(*) sinceramente, nenhuma destas fotos esclarecem estes cases mundiais, porque nenhuma delas se restringem a uma sala, mas vários andares, ambientes integrados, variados, onde é possível fazer diferente, reunir-se, descontrair, confraternizar, … tem gente que acha que isso é desperdício, outros como eu não, eu chamo isso de envolvimento e incentivo ao engajamento e alta performance.
Não estou aqui valorizando questões especiais em alguns, relativo a lanches, café e mimos gratuitos ou subsidiados, nem de pebolins, ping-pong, sinuca e xBOX. Digo isso porque essas são as facetas que menos pesam, utilizadas em momentos especiais, comemorações, horas de folgas e confraternizações, sempre muito bem vindas, tanto quanto cafés com o time, dias da família, etc.
Neste quesito, as visitas às sedes da Google SP e Wallmart.com foram especiais, uma galera ligada, de alta performance, mas que sabe descontrair, um ambiente ainda mais instigante que todos os outros que vivencio todos os dias na DBserver, parceiros e em alguns clientes. Estes ambientes não são fortuitos, eles ajudam na formação de times ágeis, pessoas pilhadas, criativas, que curtem o trabalho, se divertem com os colegas em um substrato e clima positivo.
Não é uma solução derradeira para o mau humor, mas é um grande aliado para quebrar armaduras e barreiras, fazer pessoas se verem como pessoas e curtirem mais a viagem. Afinal, no somatório, passamos mais tempo no trabalho que em casa, fazer valer a pena merece Agile e Open Spaces \o/