Imagine 5 pessoas na sala, cada uma com uma folha grande, um desafio ou problema em comum, individualmente desenhariam três ideias ou abordagens para solução, 5 a 15 min, em seguida passariam sua folha adiante e receberiam a de outro, podendo alterar e evoluir a ideia iniciada, assim prosseguindo até a hora do debate coletivo.
Há um incentivo ao registro e evolução de ideias de forma visual, por desenhos, mas eu sempre flexibilizo para que cada um se sinta a vontade para complemntar com observações na forma de balões ou de qualquer outra forma criativa … exigir que todos só utilizem desenhos pode inibir ou desperdiçar insights.
Uma técnica que neutraliza a influência dos mais enfáticos, extrovertidos, quer pela função ou hierarquia, incentivando que todos tenham a oportunidade de propôr qualquer sugestão ou ideia, tanto quanto evoluir a ideias de outros. Ao final dos ciclos individuais são apresentadas as ideias, debatidas e selecionadas as melhores.
Podemos dizer que há quatro momentos:
- Briefing – Apresentação de um problema ou desafio;
- Ideação – N ciclos de tempo para registro visual e evolução de ideias;
- Apresentação – Compartilhamento do status final de cada ideias registrada;
- Seleção – Debate, escolha das melhores proposições e próximos passos.
Possui basicamente três regras:
- Desenhar – O meio de expressão é essencialmente visual, através de desenhos de diferentes tipos, modelando ideias com lápis e papel;
- No Filter – evitar falar, pedir explicações, debater, justificar ou criticar as ideias desenhadas até que todos tenham contribuido, folha-a-folha;
- Evolutivo – O objetivo é evoluir os desenhos, cada um agregando suas percepções, logo, podem alterar, incluir e excluir sem preocupações.
Em termos de tempo, se forem 5 pessoas, podem ser cinco ciclos de 10 minutos, totalizando 50 minutos, mas a técnica prevê ciclos de 5 até 15 minutos conforme a predisposição de todos e tempo disponível. Lembrando que ao final, após os ciclos de ideações há uma apresentação, debate e seleção das melhores ideias.
Os tempos e a dinâmica podem ser adaptados conforme o perfil do grupo participante, mais importante que seguir a risca a técnica proposta é obter bons resultados. Cabe ao facilitador ajustar tempos às possibilidades e percepção de potencial disponível.
BrainWriting DOJO
Havendo um número maior e par de integrante, é possível aplicar um sistema de DOJO, com um piloto e outro co-piloto. Por exemplo, se tivermos 12 pessoas, divida em duplas, cada dupla com uma folha A3 e um lápis, ofereça um ciclo de 5 a 15 minutos, em cada dupla apenas um terá o lápis e poderá fazer os registros.
Ao final de cada ciclo, o piloto passa o lápis e o papel para o co-piloto de outra dupla e passa a ser o co-piloto desta pessoa, assim a cada ciclo a dupla muda e alterna piloto e co-piloto. Também é possível ser mais provocativo de forma que o piloto passe a um co-piloto a folha e caneta, mas faça dupla com outro para evitar sua influência.
Há vantagens e desvantagens em ir mudando, mais ou menos, mantendo as duplas, alternando piloto e co-piloto, quem era piloto montar nova dupla mas passando a ser co-piloto ou optar por uma dupla completamente nova a cada rodada. Lembrando que podemos usar como icebreaker, warm up ou como dinâmica principal da reunião.