Esta semana exercitei esta abordagem, uma reunião com profissionais seniors iniciando um grupo de trabalho focado em sinergia, por isso mesmo precisando estabelecer um ponto de início em comum. É um poderoso acelerador se logo de largada houver transparência e empatia entre seus pontos de vista.
O primeiro passo é estabelecer o porque, um objetivo, o impacto desejado e ações que comecem a nos levar nessa direção – situação atual, objetivo, impacto e métrica, soluções e ações. Como sempre, uma espiral, a medida que avançamos, aprendemos e melhoramos.
Temos variadas técnicas em nossa caixa de ferramentas para resolução de problemas, desde a espinha de peixe de Ishikawa até o Learning Canvas do Magno, passando por 5w2h e 5Whys. Também temos váriadas técnicas e canvas para modelagem de soluções e planejamento, desde canvas para negócios, jornadas para modelagem de processos e priorizações.
Mas o que usar no início de um fórum ainda sem um objetivo UNO? Iniciar colocando tudo o que cada um pensa na mesa, evitando múltiplas interpretações. Iniciar compartilhando seus pontos de vista sobre algo gera um bom entendimento e perspectivas, se propor um pacto incremental, melhor ainda. A proposta é encerrar a reunião com ações de curto prazo que já ponham suas hipóteses em cheque.

Qual a visão sobre a situação atual, estabelecer uma frase que especifique o objetivo comum, materializar métricas que materializem este objetivo e quais as soluções possíveis. A dica é começar pelo começo, entendendo o ponto de vista de cada um sobre a situação atual e o ranking daquilo que querem juntos resolver, pactuar um objetivo comum, qual o impacto querem gerar, de forma iterativo-incremental, e quais as soluções e ações sugerem.
A cada passo, inicie dando cinco minutos para que cada um materialize o seu ponto de vista de forma individual (alone first), abra espaço para que haja entendimento sobre cada postit colocado, já agrupando-os, quando iguais ou análogos. Ainda no mesmo quadrante, de forma inicial, indiquem quais os pontos mais relevantes ou impactantes – eu indico um ranking de valor com uma escala 1, 2 e 3 ou ícones. Evolutivo, o próximo quadrante tem como start os anteriores.

1. SITUAÇÃO ATUAL
Na situação atual vieram as dificuldades enfrentadas por cada um, um acelerador de 5 minutos onde todos colocaram postits que indicavam o porque estavam ali para debater e co-criar. Problemas, ocorrências, dificuldades variadas, histórico, um mosaico de situações e justificativas sobre temas que poderão gerar grande valor se conduzidos com efetividade.
Após os 5 minutos individuais e 15 minutos de entendimento geral daquilo que foi posto, partimos para a materialização do nosso objetivo ou desafio, uma frase afirmativa ou uma pergunta.
2. OBJETIVO OU DESAFIO (?)
Durante o processo de entendimento dos problemas e oportunidades caracterizadas pela situação atual, aos poucos cabe a cada participante sugerir um objetivo geral ou desafio a ser resolvido. No design thinking define-se como um desafio na forma de uma pergunta a ser respondida, ele evoluirá, mas é importante termos a versão mais recente dele a cada passo.
A proposta é cada um sugerir um postit com o seu entendimento do que estão ali juntos a fazer, para então lê-los e ou selecionar um ou criar um que seja de consenso. Este momento é muito prazeroso, porque aos poucos começa a ficar claro o objetivo comum, estabelecendo-se ali a escolha por termos e significados em comum acordo.
3. IMPACTO E MÉTRICA
É importante a materialização de quais impactos desejamos ou esperamos de nossa ações a partir da busca por respostas ao desafio. Neste momento separamos sonhos de realidade, “bird in hand” como diz a Profª Saras em Effectuation, impacto ao nosso alcance, em uma escala iterativo-incremental.
Quanto a métricas, é entender quais seriam os indicadores contra ações realizadas se estamos no caminho certo. É sempre importante ao clarearmos impactos desejados, de que forma seria possível mensurar a melhoria da situação atual a partir de ações planejadas e realizadas.
4. SOLUÇÕES E AÇÕES
Aqui queremos mapear possíveis soluções, é invariavelmente previsível que cada um aponte soluções abstratas, coisas que precisam ser feitas, uma vez feito isso, a provocação é colocar logo abaixo qual o(s) primeiro(s) passo para fazer isso acontecer. Novamente, effectuation, pensando em coisas factíveis e geradoras de resultados práticos na direção de uma solução e do objetivo.
Ao termos soluções recomendadas e ações possíveis, peça que coloquem o seu nome naquelas ou criem novas naquelas que irá se comprometer a fazer. É possível e necessário evitar reuniões onde todos tem interesse e boa vontade, mas terminam sem a explicitação de ações de curto prazo para fazer a roda girar, isto gera resultados suficientes para retroalimentar e mostrar que está funcionando … Adiante!