O Whashigton Post fez uma ótima matéria sobre Head of Remote Work, inicia com a GitLab, empresa que na última década investiu no trabalho remoto com tal força que sua força de trabalho está espalhada por todo o país e alguns fora dele. Várias outras empresas exemplificam a relevância deste novo papel, entorno de quatro pilares principais: capacitação, educação, cultura e comunicação.
Na GitLab começaram muito antes da pandemia, mas durante a pandemia nomearam Darren Murph como Head of Remote Work, um jovem executivo com a responsabilidade de manter uma estratégia e mecanismos organizacionais que suportem satisfatoriamente o trabalho remoto.
Head of Remote Work segundo a Robert Half International – (1) Liderar a estratégia, projetos e processos da organização para trabalho remoto; (2) Experiência do ambiente de trabalho digital moderno (intranet global) e design thinking (mobile e aplicativos); (3) Padronização dos principais processos, melhorando os processos em apoio aos imperativos e programas estratégicos.

EMPRESAS E PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA
Fica claro pelas empresas entrevistadas e referenciadas que o Washigton Post escreveu com foco em desenvolvimento de software – GitLab, Facebook, Okta, Quora, HP – mas matérias já apresentaram esta realidade em diferentes escalas para profissionais de escritório de diferentes áreas de atuação.
A reportagem tem um viés com empresas de tecnologia e perfis inovadores, perfil este que acopla o trabalho remoto orientado a resultados às abordagens que já vem praticando desde o final do século XX – Agile, Design Thinking, Human Centered Design, profissionais TShaped, estruturas duais, …
BENEFÍCIOS PRÁTICOS INDISCUTÍVEIS
Empresas de tecnologia competem por talentos em um mercado sempre aquecido, o trabalho remoto permite que cada uma destas empresas possa também contar com profissionais de qualquer outra cidade, estado ou país. Isso já vinha acontecendo, a pandemia apenas impôs escala.
Uma empresa mantinha grandes áreas, prédios de alto custo operacional, para que milhares de profissionais perdessem tempo se deslocando de suas casas (tempo, meio de transporte, trânsito, stress) para, ao chegarem, ficarem o dia inteiro sentados em frente a um computador.
Profissionais de tecnologia que, frente a um contrato de trabalho de 8 horas, tem duas até três horas de deslocamento (ida ao trabalho, ida e volta do almoço, retorno do trabalho) pode ser considerados puro desperdício ao ficarem em casa, em frente a seus computadores.
A PANDEMIA ACELEROU SEM PLANEJAMENTO
Se é verdade que já existiam muitas empresas trabalhando remotamente, também é verdade que a pandemia em alguns meses incluiu milhões de pessoas em modo “fique em casa e trabalhe de lá”. Em tempos normais este número seria atingido em vários anos, gradualmente, de forma segura.
O papel hora criado de Head of Remote Work tem um grande desafio, porque a pandemia gerou modelos remotos improvisados. Algumas empresas até distribuíram equipamentos, cadeiras, monitores, algumas delas pagaram por conexões melhores à internet, mas tudo no improviso.
O papel atende a necessidade de estratégia, políticas, mecanismos, é necessário garantir domínio (pleno conhecimento) sobre esta rede distribuída de profissionais. Em todos os sentidos, onde estão, como estão, em que condições, … não como resposta à pandemia, mas pelos ganhos que este modelo oferece.
REWORKED
Outra boa matéria é a publicada na Reworked, vários cases são os mesmos, mas agrega dezenas de depoimentos e relatos pessoais de quem está vários passos adiante neste tema, explicitando ainda mais a necessidade de ter-se uma estratégia, tática e governança sobre o trabalho remoto que desejamos.
Lá, como aqui, a maioria dos profissionais preferem trabalhos híbridos, onde seja possível ter alguns dias em casa e outros no trabalho, isso exigirá estratégia e governança nas duas pontas, por enquanto ninguém relata uma preferência por eliminar completamente a sede da empresa, mas reduzi-la.
Darren Murph, Head of Remote Work da GitLab – “A contratação de um executivo para liderar o trabalho remoto nas empresas será um teste decisivo para quem procura emprego que espera que o trabalho remoto seja sustentado, não apenas permitido”
Matt Campbell, diretor-gerente de Consultoria de Capital Humano da KPMG – “Os empregadores reconheceram alguns dos benefícios do trabalho remoto, coisas como a necessidade de menos espaço de escritório, despesas gerais mais baixas e mais, portanto, prevemos que muitas empresas buscarão implementar um modelo híbrido e flexível de trabalho, mesmo depois que a pandemia diminuir”
“Existem outras dimensões do trabalho remoto em termos de mudança para uma equipe assíncrona, que é sobre as pessoas terem flexibilidade em relação ao tempo, não apenas localização. Trata-se de ter flexibilidade em torno das tarefas e como as tarefas realmente são alocadas nas organizações”
Rhiannon Staples, diretor de marketing da plataforma de gestão de pessoas Hibob – “A expansão das operações de RH para incluir um chefe de trabalho remoto não é um exagero para as organizações agora, dado nosso ambiente atual”
Gustavo Gómez, CEO do provedor de automação de processos Bizagi – “No futuro, isso será incorporado às funções de todos, à medida que empresas, líderes e funcionários desenvolverem essas habilidades, mas, nesse ínterim, qualquer empresa que espera ser remota ou híbrida em 2021 se beneficiará deste investimento no curto prazo”
Bill Priemer, presidente e CEO do provedor de serviços de conteúdo Hyland Software – “A mudança para o trabalho remoto – e para interações virtuais com clientes e para processos digitais sem contato – veio para ficar, e é fundamental para todas as organizações garantir que estamos apoiando nossos funcionários, clientes e parceiros neste ambiente de trabalho digital primeiro”
Matéria sobre HoRW no FACEBOOK – https://www.fastcompany.com/90573992/more-companies-are-hiring-a-director-of-remote-work