Design Thinking na Educação

Mais um iniciativa voltada a propôr alternativas mais abertas, colaborativas, construtivistas, para uma educação mais participativa. O ensino baseado em linha de produção foi um primeiro passo, chegou a hora de seguir adiante.

A IDEO foi além e está por trás de uma iniciativa de levar o Design Thinking de forma acessível e didática para o campo da educação, vale a pena baixar os manuais e dar uma lida – http://www.dtparaeducadores.org.br/site.

Mas a revolução do ensino já não depende de livros, está na hora de entender ensino e aprendizado da mesma forma que a 60 anos já se debate a produção e a gestão. Não existe uma fórmula mágica, depende da cultura local, do perfil dos envolvidos, mas acima de tudo depende de método – Agile, Design Thinking, Gamestorming, Gamefication, … \o/

Para evoluir a educação é preciso fazer uma revolução Lean nas escolas e universidades, ver o aluno como cliente na concepção daquele indivíduo único que receberá o maior valor, o conhecimento, e não apenas quem pagará valore$.

DT-Educação

A meu ver a escola está em cheque a décadas, elas viraram fábricas, mas assim como as empresas estão se reinventando para atrair e reter talentos, para construir diferenciais competitivos a partir do seu capital intelectual … escolas e professores inovadores já começaram a empreender esta mudança.

De que forma as escolas estão preparando as novas gerações que terão a responsabilidade de construir um mundo melhor, quais os paradigmas que estamos lhes passando, quais as mensagens subliminares?

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Esta abordagem nos remete a década de 60 e a teoria da Aprendizagem Significativa e ao psicólogo David Paul Ausubel. Assim como Piaget e a Escola Construtivista, Ausubel parte do princípio de que cada ser difere de outros e é único através de sua bagagem, vivências, conhecimento.

A Aprendizagem Significativa de Ausubel

Na teoria da Aprendizagem Significativa, para alguém aprender algo é preciso que este aprendizado faça sentido, de forma que o aprendiz ancore cada nova informação a seus conhecimentos prévios, criando assim novos conhecimentos. A teoria propõe que a aprendizagem significativa ocorre unindo o novo ao pré-existente (subsunçores), que atuam como âncoras entre o antigo e o novo.

O primeiro passo é o estabelecimentos de conceitos básicos que permitirão ao aluno a construção de ciclos contínuos de diferenciação progressiva (aprendizagem subordinada) e de reconciliação integrativa (aprendizagem superordenada), respectivamente indicando um processo cognitivo do geral para o específico ou ao contrário, do específico para o geral:

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Ausubel indicou o uso daquilo que chamou de organizadores prévios ou subsunçores para a ancoragem do novo, facilitando a nova aprendizagem. Esta abordagem pressupõe que é responsabilidade do professor oferecer recursos introdutórios que servirão de âncoras para novos conhecimentos, possibilitando o aprendizado significativo.

Sendo assim, é imperioso para o desejo de aprender do aluno que o professor ofereça e certifique-se que os seus alunos tenham os subsunçores necessários antes de iniciar o ensino do novo, esta seria a condição para o real aprendizado. A avaliação do aprendizado é também avaliação do ensino, Ausubel sugere a utilização de testes de compreensão usando recursos diferentes dos usados para o ensino, constatando de fato se ocorreu a aprendizagem significativa.

Assim como no post que fiz sobre a Escola Construtivista, Ausubel acredita que cada um de nós possui uma história, nossas vivências e conhecimentos prévios são mediadores de nossa capacidade em aprender algo novo. Um bom professor deve ser capaz de perceber e oferecer aos seus alunos os subsunçores necessários para que cada aluno construa seu aprendizado. Isto é diferente de decoreba, independe de memória, não é dizer como pensar e como saber, é ensinar a pensar e construir seu próprio saber …

4 comentários

  1. Eu sou licenciado em Física, e portanto tive minha cota de Pedagogia. Permita-me discordar de uma coisa. Você coloca “De que forma as escolas estão preparando as novas gerações que terão a responsabilidade de construir um mundo melhor, quais os paradigmas que estamos lhes passando, quais as mensagens subliminares?” Bom, o problema todo, IMHO, reside no senso comum do brasileiro, que sua pergunta reflete, que acredita que é função da escola motivar o aluno a construir um mundo melhor. Não é. Podem espernear à vontade, mas a escola não é uma máquina de doutrinação, de pregação dogmática. A escola ensina aos alunos os conteúdos que o nosso mundo e o nosso tempo cobram. Não é da escola formar mais que o senso de convivência. Quem dá ao ser humano seu sentido de participação e de agente de mudança não é a escola, é o seu entorno. Em que escola, hoje, não se fala que precisamos acabar com a corrupção, que precisamos ser bons etc.? Como buscar esses ideais, se o pai, a mãe, o professor, o presidente, o gari, o policial, se TODO MUNDO erra e desrespeita o próximo e a lei o tempo todo?

    Não é a escola, somos nós.

    Concordo que o ensino precisa se atualizar, e precisa ser mais apaixonante. Mas não é o ensino que move as nações. São seus líderes, seus cabeças. E os nossos estão podres. 😉

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    1. Não estou nem um pouco preocupado com as nações, seus lideres e status quo, nossa diferença de opinião é academica, tu tens a percepção mais tradicional e eu construtivista. Eu acho que o modelo tradicional de ensino caducou a pelo menos 50 anos … em 2005 tirei minha filha de um colégio Marista e a coloquei em um de inspiração construtivista, o João XXIII … tem tudo a ver com os principios ágeis. Viva la revolución!

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      1. Concordo contigo: o formato atual de ensino caducou. Só que não existe ensino construtivista. O Construtivismo foi a teoria que começou a explicar como funciona a cognição no ser humano, e essas teorias avançaram muito, principalmente com o advento da imageria cerebral em tempo real. E só para constar, não existe “método construtivista” – mesmo que um monte de escolas por aí vendam isso.

        Por outro lado, como é no mundo, fora do Brasil? A impressão que eu tenho é que é igual. Por exemplo, a China e a Coréia do Sul, que são os gigantes da educação contemporânea, fazem como? Sabemos de modelos falidos, como o brasileiro. Mas qual modelo, hoje, tem sucesso?

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      2. De acordo, mas a revolução começa com cada um, design thinking, uma abordagem construtivista e ágil, ver cada um como um valor diferente, nunca mais do mesmo, jamais apenas cumprindo ordens. Estamos falando a mesma coisa, mas sob prismas diferentes eu acho. Vamos em frente, lomba abaixo e na banguela \o/

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