Já havia falado sobre Impact Mapping do Gojko Adzic, um consultor estratégico te TI que ganhou o prêmio Jolt Award de melhor livro de 2012. Eleito como o profissional de testes ágeis mais influente em 2011, seu blog ganhou o Agile Award UK pela melhor publicação on-line em 2010.
A questão não é executar a técnica de Impact Mapping ou Example Mapping para construir nossas histórias, mas o quanto exercícios como esse nos ajudam a estabelecer um mindset focado na necessidade, entendendo as personas, para só depois discutir o como e o que.
Pode até mesmo ser usado como um jogo de quebra-gelo ou aquecimento ao propormos um desafio, talvez usando um brainstorming em busca das mais importantes e valorosas necessidades, para quem sabe fazer um rodízio tipo Dojo ou World Café bem dinâmico.
IMPACT MAPPING (Gojko Adzic)
No Impact Mapping, partimos sempre de necessidades e desafios, evitando começar por software e contornando o que não precisa ser feito. É preciso entender cada objetivo e alternativa, este é o primeiro passo, depois teremos PDCL, melhoria contínua em ciclos iterativo-incrementais-articulados.
As principais vantagens inerentes a técnicas colaborativas são baseada em comunicação verbal e visual entre todos os envolvidos em tempo real, gerar modelagem consensuada a partir de diferentes prismas e expertises, mitiga ou remove pressupostos inconsistentes e gera forte compromisso e senso de pertença a todos.
Dito isso, técnicas colaborativas e visuais estabelece fortes “pactos” focados em valor real ao cliente, esclarece uma visão estratégica de seus entregáveis, prioriza explicitamente seus critérios de valor e qualidade, tudo sob uma abordagem iterativo-incremental-articulada, permitindo desenvolver-se em camadas.
1. O que é Impact Mapping?
- É um mapeamento de escopo e pressupostos de necessidades;
- Uma técnica colaborativa tal qual uma User Story Mapping;
- Um mapa que materializa Quem, Como e Valor frente a Objetivos;
- Entender os porques, a necessidade primária antes da solução;
- Identificar o que realmente precisa ou não ser feito.
2. Principais Quesitos dos principais entregáveis?
- WHY? Para cada Objetivo representado como nodo, abriremos um mapa com quem, como e o que deve ser feito para atingi-lo;
- WHO? A partir dos objetivos, mapeamos as personas que impactam ou são impactadas na busca por estes resultados;
- HOW? A partir das personas, ações e comportamentos, tentando entender como podem eles impactar o atingimento dos objetivos;
- WHAT? Finalmente, o que precisa e pode ser feito, qual a solução a ser entregue ou construída.
3. Benefícios e regras dos mapas de impacto?
- Entendimento das motivações, causas, meios e desejos;
- Não se preocupa com priorização e cronologia, mas com valor;
- É iterativo – módulos, funcionalidades ou histórias do usuário;
- Estabelece desde o início uma linguagem ubiqua com os usuários.
EXAMPLE MAPPING (Matt Winne)
Winne propôs uma técnica muito poderosa para a modelagem de histórias a partir de necessidades e comportamentos desejados, estabelendo um diálogo colaborativo para estabelecer e confirmar os critérios de aceitação.
Pode ser feito durante o trabalho de construção do DoR (Definition of Ready) de cada história, em reuniões de refinamento ou no planejamento das Sprints. Certo de que esta modelagem gera muito valor agregado, propôs algo que chamou de Example Mapping:
1. Selecione uma história do usuário por vez, quer seja um exercício ou para a definição do DoR (Definition of Ready), pode ser utilizada em um Sprint Planning, pode ter sido previamente debatido em um refinamento;
2. Inicie sempre pelo compartilhamento daquilo que já se sabe, não é uma técnica para envolver gente demais, é uma técnica para o trabalho de modelagem das nossas histórias. Importante é ter diferentes papéis representados para termos múltiplos prismas e conhecimentos;
3. Queremos estabelecer pertença e entendimento, mas se alguma questão não tem resposta ou é polêmica, registre no cartão de pergunta (rosa) e siga adiante. Importante usar textos simples e imagens, algo que incite a o domínio mínimo suficiente da história;
4. A partir da construção do Example Mapping, é possível pedir para um dos presentes ou pares construirem como cenários Gherkin o mapa de uma história. Importante entender que BDD inicia no mapeamento original e colaborativo dos comportamentos, a automação é consequência.
A cada rodada, não esqueça de praticar Kaizen, estabelecendo eventuais lições aprendidas, melhorando a facilitação e a técnica para as próximas.