Um momento histórico, princípios e domínios passam a ser drivers, conceitos que vão além do código de ética, 5 grupos de processos, 10 áreas e o triângulo mágico dos projetos do século XX. “Finalmente, cumprir tempo, custo e escopo, com qualidade, deixou de ser o objetivo”.
Após 70 anos do Lean Production System Toyota e do programa japonês de qualidade, 40 (quarenta) anos depois do início dos métodos light weights (posteriormente, métodos ágeis), década de Caos Report e Manifestos do Standish, o PMI se reinventou em termos de guia.
De mais de 700 páginas para menos de 300, estes números são eloquentes per si, princípios e domínios mais que técnicas, ferramentas, contratos, documentação e planos engessados. Porque, afinal, o plano é mais que fazer dar certo o plano, mas atender a necessidade do cliente.

PADRÕES (PATTERNS) SÃO PRECISOS!
Não só o PMBOK é o corpo de conhecimento que guia profissionais das mais diferentes áreas, como indústria naval, civil, mecânica, software, etc … mas outras abordagens surgiam para ajudar empresas a estabelecer padrões e níveis de excelência e serviços. Em análise de negócios, por exemplo, temos o BABOK (Business Analysis Body of Knowledge).
Além, é claro, do CMMI (Capability Maturity Model Integration) e do MPS-Br (modelo de referência associado à melhoria de processo de software), desenvolveu-se modelos de governança como o COBIT (Control Objectives for Information and Related Technologies) e maturidade em serviços como o ITIL (Information Technology Infrastructure Library).
QUEM NÃO MUDA, DANÇA!
Lembro desta frase nos anos 2010, deixava claro que metodologias ágeis, management 3.0, design thinking, lean startup e tudo o mais que foram inovadores no passado recente já vinham entrando para o mainstream. Já não era um convite, mas uma imposição do mercado por agilidade.
Todas elas vem se transformando ou definhando. Ao buscar na internet estes acrônimos seguido de “Agile”, todos tentaram ou ainda tentam se ajustar a uma nova era, predição por adaptação, entrega do planejado por entrega de valor, documentação por comunicação, e assim por diante.

A mudança estratégica do PMBOK edição 7 é absolutamente fenomenal e incorpora de uma só vez todos os principais elementos que até aqui caracterizavam os métodos surgidos na comunidade light weight, depois batizada de ágil. A ideia dos princípios e dos domínios é quase um manifesto, seguindo uma proposta clara do DA (disciplined Agile) de princípios e então opções.

A vinda do Scott Ambler como VP para o PMI internacional com certeza será visto como um divisor de águas. É claro que com o lançamento do novo PMBOK edição 7 e a incorporação do Discipline Agile, junto vem novos cursos e certificações. Com certeza deve demorar um tempo até que tudo esteja sincronizado, a mudança não foi nem sutil nem restrita, ela é conceitual e profunda.
A primeira certificação Agile do PMI já apontava para uma visão holística do que é Agile, posto que em nenhum momento eles focaram em uma ou outra metodologia, mas recomendava leitura e prática do mix mais representativo delas – Lean, Scrum, Kanban e XP.

Vale a pena assistir a todo o vídeo, uma abordagem simples, acessível e fácil que caracteriza o Ricardo Vargas. Tem muita gente boa que eu cito em sala de aula, cursos e consultorias, poucos tem mais de uma citação e o Vargas é um deles – a didática sobre PMBOK e o PMRANK. Ele, Vitor Massari, Fábio Cruz, Samuel Crescêncio, uma escala que tem Nonaka no topo.