Durante um webinar sobre OKR (Objective and Key Results), fazia um alerta sobre evitar métricas de vaidade e percebi que tenho uma visão sobre isso não compartilhada aqui no blog. O fato é que este ponto de atenção vai além de OKR e marketing, vale para tudo na vida.
Métricas da vaidade estão por toda parte, é quando usamos de dissonância cognitiva para mascarar situações que provavelmente nos tirariam da zona de conforto. É quando olhamos para o outro lado e procrastinando, podendo até gerar conforto, mas no fundo não queremos ou temos medo de mudar.
No curso de PO (product owner), enquanto representante do cliente frente a um time de projeto, tenho um módulo só de métricas baseado em EBM (evidence based management). É extremamente relevante escolher métricas que efetivamente demonstrem aquilo que queremos saber … queremos, será?
Métricas, a estatística é uma ciência mágica, onde usamos os números que nos convém, se eu como um sanduíche e você não, estarei correto ao afirmar que estamos indo bem, porque na média cada um comeu meio sanduba …

Métricas acionáveis
Eric Ries (Lean Startup) chamou as métricas que mimam o cliente sem informar nada de Métricas de Vaidade. Fúteis, mas chamativas, afagam a vaidade do cliente e podem ser divulgadas com barulho pelo marketing. Entretanto, não ajudam a entender ou tomar decisões.
Ao contrário da vaidade, Ries propôs o uso de Métricas Acionáveis (actionable metrics). Medidas que importam e que podem ajudar na tomada de decisões e em uma estratégia de marketing objetiva para corrigir erros ou aproveitar oportunidades em relação aos objetivos de negócio.
A importância nos negócios e no marketing
No marketing temos a melhor alegoria possível, na forma de um funil. No topo temos a vaidade, só saber os likes é fútil, porque precisamos a evolução – quantos viram, quantos seguiram, interagiram, pediram mais informações, iniciaram, converteram, e quantos depois retornaram.
Em um blog, ao invés de pages views, acompanhe comentários, compartilhamentos, uma visão qualificada sobre a repercussão. Também tem a taxa de rejeição, não quantas pessoas chegaram, mas quantas deixaram seu site sem ter interesse em navegar, ler mais, …
Em um site, contar assinantes é pouco, o que interessa é a evolução da taxa de ativos sobre o total, quantos estão acessando e interagindo recorrentemente. Ainda mais, quantos citam ou referenciam, oferecendo links para seu conteúdo, gerando crescimento orgânico de qualidade.
Carreira e trabalho
O pessoal de RH usa o termo ‘carreira crescente’, um indicativo de que não nos deixamos envolver sem um plano de carreira e execução, não nos acomodamos anos no mesmo lugar sem evolução. É fácil perceber desperdício em carreiras, a escala dos estragos são em anos, as vezes décadas.
Existem muitas métricas de vaidade no trabalho, indicadores que nos mantém estáticos, como por exemplo, elogios vazios, promessas futuras, puffs amarelos, mesa de sinuca, pizza grátis as 22h30 ou ao meio-dia de um Sábado de trabalho, com direito a uma dinâmica de team building ou bonding.
A alegoria que eu passo a meus alunos e jovens é que devemos ter dois crachás, um da empresa e um do EU S.A. Devemos dar o máximo pelo resultado, é bom para todos, mas tão importante quanto, é mantermos uma visão pessoal de crescimento com um driver em carreira.
Vida
Na vida a mesma coisa, boa casa, acompanhando sua série predileta, com um bom carro na garagem, e se tivéssemos key results em nossa vida pessoal … deu pra entender? O resultado chave é o carro? O novo sofá? Ou há outras coisas mais importantes que estabelecem nossos key-results?
Este assunto as vezes é indigesto, vida e carreira são repletos de métricas de vaidade, aparências, a moda do dilema e das redes sociais não são novidade, mas são indigestas, apenas mostram o topo do iceberg. Afinal, o que vale como objetivos estratégicos e resultados-chaves para a sua vida.
Ao escrever isso, parece clichê, filme B sobre o dinheiro que não traz felicidade, traz sim, o dinheiro é como o soro do Capitão América no filme primeiro vingador, o dinheiro apenas torna o que é bom, melhor ainda, e o que é ruim, ainda pior … tudo já estava lá dentro, só potencializa.
