Dá uma olhada, simplifiquei o Canvas da primeira reunião

No século XX o trabalho era tão mais facilzinho, o consultor chegava em uma empresa sabendo de antemão exatamente o que ia implementar, uma única opção de método, ferramenta, sua técnica ideal … era só esperar as perguntas e ligar o piloto automático, seguir o script, mágico.

No século XXI, por incrível que pareça, é preciso ouvir, interagir, só então pensar nas opções. Ano passado em uma consultoria nós perguntamos sobre um artefato e a resposta foi que um consultor tinha definido que todas as áreas deveriam ter um … comemoraram quando alguns foram para o lixo!

Fio de Ariadne

Sou convicto de que o início de um trabalho de consultoria deve iniciar através de um canvas de aceleração que conduza a conversa da melhor forma possível. Este é o papel de qualquer canvas, mas como não tinha um que eu conhecesse que se destinasse a este fim com gallardia e flexibilidade …

O Fio de Ariadne, devido à lenda de Ariadne, com Teseu e o Minotauro, é o termo usado para descrever a resolução de um problema em que se podem usar diversas maneiras óbvias, através de uma aplicação exaustiva da lógica dos meios disponíveis – wikipedia

Simplifiquei bastante o desenho do canvas de prévia, ontem mesmo o utilizei em um novo cliente, menos é mais, continua com apenas 3 frames, mas retirei o SWOT do primeiro e o Odyssey do último. Aos poucos, adequado a qualquer primeiro encontro, retirei pressupostos de técnicas mais específicas.

O canvas não é a chave, mas a condução, o canvas é quase uma valorização das pessoas envolvidas, é não usar uma folha em branco, é induzir uma linha de raciocínio começando do começo, quem somos e desafios, depois entendendo cenários possíveis de atuação ou priorização, fechando com um plano de próximos passos. Eu o tenho no Miro e caso-a-caso colo algo a mais adequado ao perfil e momento.

  1. SWOT – Debate sobre a pertinente a situação atual chamei de SWOT, de largada peço que , ilustrem estrutura, portfólio, ferramentas, equipes, puxando um tanto de driver em forças e fraquezas que possam demonstrar a situação atual. A ideia é aquecer sinapses para o passo seguinte. Hoje foi mais uma vez muito instigante, em 30 minutos conseguimos mapear as principais justificativas e desafios existentes que motivou a contratação;
  2. Cenários – Tendo o primeiro passo como aquecimento, rapidamente é possível materializar os cenários disponíveis para iniciar o trabalho, quer por um piloto, quer para um plano mais amplo. O brainstorming inicial coloca todos os participantes na mesma página e na mesma leitura sobre a situação atual e as principais dores. Ao iniciar os cenários, vamos levantando opções sobre por onde começar o plano de ação;
  3. Plano de ação, o primeiro exemplo abaixo foi construído na primeira reunião de trabalho com os executivos de uma empresa em um início de contrato de consultoria. A primeira vez que eu e a Tati vamos parear, sonho de consumo, porque profissionalmente somos como queijo e goiabada. O tempo para esta apresentação e alinhamentos foi de 1 hora e 15 minutos. Apesar de a agenda inicial ser de 60min, foi rico além da conta e o feedback foi ótimo, acertamos em cheio …

Já tinha compartilhado este canvas, mas ele estava sofisticado demais, fui simplificando e deixando o que realmente importa. O segredo não é o canvas, mas usá-lo para ajudar a manter uma linha de raciocínio visual e colaborativa, primeiro a visão do que é importante na situação atual para criarmos cenários de atuação, seguidos de um plano de primeiros passos … dá certo sempre!

A primeira versão tinha o mesmo espírito, mas tentava organizar as áreas de forma a oferecer uma estrutura vertical no início, propondo a existência de pilares que nos levam a entender nossa SWOT, os cenários horizontais que conectam a situação atual com a desejada, o brainstorming que nos leva ao primeiro plano de ação … mas acabei limpando isso tudo, tornava o canvas muito engessado.

Eu criei um Start Canvas, que uso em reuniões já contextualizadas e com certo domínio do que é o desafio e expectativas. Papo reto, quando está mais encaminhado o racional de mapearmos a situação atual, objetivo principal, impacto previsto e plano de ação combinado … rola de boas em um tempo factível e disponível, que sempre é restrito, limitado, proporcionando ciclos de percepções, experimentação e refinamento.

Voltando à alegoria de Ariadne … o fio ajudou a sair do labirinto, mas foi ele quem matou o Minotauro com a espada, se não soubesse o que fazer e como conduzir, o fio não teria sido de valia alguma porque teria virado comida de Touro.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s