Se fosse um buffet, o método escolhido seria o prato!

Considere que cada técnica ou boa prática é uma opção em um grande buffet, considere também que para se servir desta infinidade de opções é preciso ter um prato. O prato que você pega ao se dirigir ao buffet é o seu método-base, aquele que você acredita que mais tem afinidade e valor para seu processo de trabalho. Por exemplo, SCRUM, Kanban, XP, Lean, … ? Mas um prato não se quebra e se usa aos pedacinhos, ele possui uma coesão, tem a borda, centro, é anti-aderente embaixo.

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Uma vez escolhido o método a ser seguido, assim como milhares de empresas grandes, médias e pequenas ao redor do mundo, você pode ‘oferecer’ tudo o mais que tenha valor para a cultura, negócio, processo, tecnologia e pessoas. Mas uma equipe que não inicia por um método é como servir-se no buffet sem o prato, negando que há diferentes linhas, todas robustas em certas condições …

O mapa abaixo é uma montagem com meu entendimento, primeiro, no topo, escolha o prato (Scrum, Kanban, XP, Lean, PMBOK, DAD, SAFe) e a seguir selecione as técnicas adicionais que lhe ajudarão mais e mais a cada passo, técnicas que podem ser oriundas de qualquer dos outros métodos ou avulsas, independente de correntes filosóficas, desde que sejam boas para o seu contexto. Ou seja, mesmo não sendo uma prática ligada ao seu prato, que você buscará seguir, pode ser útil:

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Da mesma forma que existem métodos e boas práticas seguidas por milhares de empresas ao redor do globo terrestre, existem iniciantes que desconsideram tudo isso e preferem reinventar a roda ou apenas não a utilizam, porque assim serão ainda mais leais aos princípios ágeis. Ao invés de seguir uma cartilha, preferem ser “ágeis e adaptativos” e vão seguindo dicas diversas, que fora de contexto podem gerar mais problemas que soluções.

Não digo que você não possa ajustar o método a sua organização, mas primeiro tente fazer assim como milhares outros executam com sucesso os passos e recomendações do Scrum, Kanban, XP, Lean, SAFe, DaD, … Com o tempo, execução e aprendizados, siga em frente, ‘shu-ha-ri’ … dê preferência a aliados nesta trajetória e não opositores, jamais é um processo de terra arrasada, é PDCA, é STATIC, é Kaizen, temos coisas boas e bons profissionais, aos poucos vamos juntos experimentando melhorias e melhorando.

A tempo, a Curva de Tuckman gera algumas iterações em storming para quem está seguindo algum método, no improviso o storming tende a ser maior, talvez eterno. Outro fato é que o conceito do Shu-Ha-Ri exige humildade, querer iniciar no Ri é ingenuidade e pode comprometer o aprendizado, distorcer e gerar maus hábitos que serão difíceis de abandonar no futuro.

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Para projetos de software, não consigo ver SCRUM, Kanban e XP como opções divergentes, vejo na prática um mutualismo simbiótico entre estes métodos, cada qual agregando valor inestimável e ampliando em muito o portfólio de boas técnicas e artefatos disponível, cobrindo disciplinas estratégicas, táticas e técnicas essenciais em projetos de software.

Independente do método, insisto sobre a relevância de um bom quadro kanban, a importância de “ler” nele seus gargalos e oportunidades. Sugiro postits padronizados, de tamanho legível, com poucas cores, que queiram dizer alguma coisa, com selos que indiquem situações monitoráveis. Mais que isso, com métricas claras de cadência e qualidade. O XP por outro lado, possui práticas voltadas a excelência como pair, peer, automação, integração, …

A mente humana é complexa, tanto que muitas vezes nosso inconsciente manda mais que nosso consciente. Agile pode ser um poderosos aliado para o crescimento, transparência, adaptação, argumentação, empatia e sinergia. Mas em uma implantação temos que considerar todos os stakeholders, cultura e restrições.

Por querer ir direto ao terceiro degrau, sem passar pelo primeiro e segundo, podemos gerar problemas e resistência que o acabem inviabilizando. Vá com calma e paciência, escolha um prato, e a partir dele dê um passo de cada vez, selecionando aos poucos as melhorias e evoluções necessárias, mostrando valor e aderência!

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