Parcerias estratégicas com startups

Cada vez mais é possível buscar sinergia em toda a cadeia de valor onde seu negócio está inserido, o crescente número de parques tecnológicos, hubs e aceleradoras dão o tom. Gerar relações de confiança com outras empresas, quer sejam parceiras, fornecedores, clientes ou mesmo concorrentes (coopetição) tende a trazer maior valor no médio prazo que a competição clássica por resultados de curto prazos.

William Edwards Deming propôs um programa de quatorze pontos em seu método de gestão para a obtenção da qualidade total, um trabalho que lhe rendeu junto ao método PDCA, reconhecimento internacional. O quarto ponto era “4º. Não selecione fornecedores somente por preço, minimize o custo total a partir de relacionamentos de longo prazo fundamentado na lealdade e na confiança“.

Parcerias baseadas penas no preço geram relações instáveis, falta nelas ingredientes estratégicos, com experiência e relacionamento de médio e longo prazos. Os parques tecnológicos na alegoria de HWang sobre Florestas Tropicais reconhecem o relacionamento natural entre startups, empresas de pequeno, médio e grande portes conferindo ao ecossistema um ambiente mais robusto e inovador.

PARCERIAS ESTRATÉGICAS

Uma startup inserida em um ecossistema de inovação e empreendedorismo sem parcerias é o mesmo que alguém ser sócio de um clube do livro e não gostar de ler. Parcerias não necessariamente quer dizer produtos ou serviços, pode ser em pesquisa, transferência de conhecimentos, acesso a tecnologia, organização de eventos de comum interesse, ‘compras coletivas’ de cursos e novos conhecimentos.

É claro que a aproximação e valorização de fornecimento de produtos e serviços entre ‘vizinhos’, não só geram receita, como fortalecem como um todo o ecossistema, assim atraindo mais empresas e profissionais. É um ciclo virtuoso, pois tornando-se um pólo de atração para novos talentos, vale a máxima “vende muito porque o pão é fresquinho ou é fresquinho porque vende muito?“.

As grandes empresas em geral já criaram suas próprias aceleradoras e vem investindo, adquirindo e participando de startups, criando ecossistemas completos como o Cubo do Itaú, a Oxigênio da Porto Seguro, muitas criaram áreas de inovação ou soluções digitais implementando um sistema de governança e orquestração entre iniciativas internas, parcerias e investimento em startups.

POLINIZAÇÃO CRUZADA

Um ecossistema forte gera maior volume de trocas e disseminação de conhecimentos, incentivador ao desenvolvimento da ambidestria organizacional, incentivando o que Kelley chama de polinização cruzada instigada pelas trocas entre milhares de profissionais que interagem, compartilham e experimentam o espírito inovador e empreendedor no dia a dia.

Na era do conhecimento, parear com grandes profissionais em parcerias intelectuais também é um gerador de inovação e empreendedorismo. O que Kelley chamou de polinização cruzada equivale ao que a academia estuda como Capacidade de Absorção, o quanto empresas conseguem perceber o novo acontecendo no mercado e o quanto consegue transformar este conhecimento em inovação.

Tenho proximidade com muita gente de startups em um grande ecossistema formado em um parque tecnológico, testemunho cotidianamente esta perspectiva há 10 anos. Um ambiente que favoreces, novas iniciativas, spin offs, negócios cruzados entre profissionais autônomos, empresas de diferentes portes, startups, projetos de pesquisas acadêmicas, … alguns aproveitam, outros não.

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Tenho uma página com um grande resumo sobre ecossistemas e comunidades de startups – https://jorgeaudy.com/startups/

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