Lean Project Canvas foi proposto por Brad Swanson com o objetivo de criar um artefato que facilitasse a priorização de portfólios sob um mindset ágil e visual de proposta de valor para o negócio. Na prática, gera fichas pré-formatadas para uma visão posicional e profunda de projetos em um portfólio.
O lado esquerdo do canvas trata de percepções de mercado, enquanto o lado direito diz respeito a produto/serviço. A análise quantitativa de valor para o negócio e custos se utiliza de uma série parcial de Fibonacci, o que acaba permitindo uma leitura transversal comparativa entre pontos de Valor para o negócio e de Custo.
- Qual o Problema a ser endereçado, como ele é resolvido ou contornado agora;
- Quais os Segmentos de Clientes, seguindo a técnica de personas e quais seriam os early adopters;
- Relacione os principais Canais para acessar e converter clientes;
- Diga quais as Métricas de Sucesso (Aquisição, Ativação, Retenção, Receita, Referência);
- Quais são as Possíveis Soluções conhecidas ou percebidas;
- Prontidão empresarial diz respeito a dinâmica interna da empresa em gerar sinergia;
- Custo pelo Atraso é uma métrica que avalia o impacto da postergação (*);
- Valor do negócio em pontos, para o usuário, urgência (custo de atraso) e redução de risco ou oportunidade;
- Custo do negócio em pontos.
Seria possível prever a criação de uma taxa de retorno em destaque em cada ficha (ROI = Valor em pontos / Custo em pontos) e ao invés de um quadro linear conforme proposto (logo abaixo), imagino um quadro misto com uma área relativa a backlog, de transição já direcionando às esteiras e as esteiras em curso.
Mas, vamos além, a seguir uma imagem atribuída ao grande Ricardo Vargas sobre gestão de Portfólio (abaixo), onde esta abordagem de fichas com as informações essenciais é 100% aderente e complementar.
Uma dica importante é NÃO centralizar a discussão e priorização, é para ser algo orgânico, se houver submissão de projetos pelas áreas sem um processo bottom up com foco em avaliação|priorização|balanceamento, esta tarefa torna-se centralizada apenas no escopo do PMO para cima, negando conceitos de Gemba e proximidade/domínio essenciais para percepção de valor, analisados vários níveis hierárquicos acima.
Uma citação mais ágil é a proposta descolada do amigo Rafael Capra de SP em usar uma alegoria de pista de corrida, que me faz pensar em esteiras (times) com escuderia e carros como projetos, com alguns nos boxes, talvez algum acidentado sendo atendido e aqueles no páreo para a reta final (entregas) …
Eu trabalho estes conceitos de percepção e proposição bottom up, incrementando e ajustando a medida que sobe no organograma, em que áreas mantém quadros estratégicos de projetos e prioridades inter-equipes, mantendo backlogs que passarão pelos filtros e serão devidamente submetidos se necessário. Antigamente um portfólio tinha uma antecipação de mais de um ano, gerando grandes custos pela centralização e change management, a cultura ágil e pragmática voltada a time to market e inovação reduziu estes custos através de iterações, transparência e delegação e alçadas.