O psicoterapeuta americano Jeffrey Young foi o criador da Terapia do Esquema, uma integração da terapia cognitivo-comportamental com a Gestalt-Terapia. Para cada domínio de comportamento há esquemas identificados como disfuncionais.
Teoria do Esquema de Jeffrey Young (2003) diferencia dezoito esquemas comportamentais disfuncionais – Desconexão, Limites Prejudicados, Dependência, Carência e Inibição.
Gestalt de Cristian von Ehrenfels (1890), teoria da forma, compreender as partes a partir do todo, tornar explícito o que está implícito e todos terão mais consciência sobre seu comportamento.
A diferença entre a Teoria do Esquema e a da Dissonância Cognitiva, sobre a qual já escrevi muito, é que a primeira identifica comportamentos disfuncionais, enquanto a segunda demonstra justificativas inconscientes às nossas angústias. Ambas descortinam e nos fazem refletir sobre o quanto pequenas atitudes do dia-a-dia não geram qualquer valor, só desperdício e postergação.
O que esperamos de profissionais de perfil T, é auto-conhecimento e atitude, cabe a todos e cada um a oportunidade de trabalhar comportamentos disfuncionais. O que as muitas teorias do campo da psicologia nos oferecem é descortinar nossos comportamentos e atitudes. Muitos hábitos que internalizamos nos assemelham a crianças demonstrando suas angústias através de comportamentos disfuncionais.
Tanto quanto em qualquer jardim de infância, há comportamentos disfuncionais todos os dias nas empresas, algo previsível, porque a maioria destes hábitos inconscientes, desenvolvemos e perpetuamos desde a infância e juventude, consolidando-as na vida adulta, perceptíveis a cada reunião de trabalho:
01. Chegar tarde sem motivo real;
02. Fazendo outra coisa (ex: celular);
03. Tentar ser a estrela da reunião;
04. Trazer assuntos não pertinentes;
05. Mudar o nível de abstração acordado;
06. Ficar voltando a assuntos decididos;
07. Isentar-se, ficar em silêncio;
08. Braços cruzados, olhos no infinito;
09. Cara de emburrado ou caretas;
10. Conversas paralelas, dispersão;
11. Ataques e reações físicas negativas;
12. Emitir sons de descontentamento;
13. Sair cedo, em meio a discussão.
Acima de tudo, frente a comportamentos disfuncionais, é preciso trabalho continuado, visando mudanças de hábitos, identificando gatilhos, ações e recompensas aparentes, a solução é auto-conhecimento. O que não dá para fazer é fazer de conta que não está acontecendo, menos ainda valorizar quem tem um comportamento 100% desmotivante … é como aquele “cesto de laranjas”.
Se você é de projeto, estude Scrum, se é de operações estude Kanban, em momentos de criação use Design Thinking, em momentos de aprendizado use retrospectivas, delegue e ofereça meios para que cada time aprenda a ser um time. A cada timeboxe, evento e reunião, há técnicas simples para incentivar a persistência em melhoria contínua (Kaizen), sempre com ótimos resultados.
A lista abaixo é uma provocação do antes, durante e conclusões de uma reunião, parece muita coisa, mas quase tudo já fazemos (ou deveríamos fazer), não é para ser mecanicista, mas ter no modelo mental, não só para reuniões, mas para tudo:
- ANTES:
- Seja Lean e realista no fórum e no objetivo;
- Pratique o 5W2H a cada agendamento de reunião;
- Brife o conteúdo e objetivo antecipadamente;
- Planeje, organize, tenha tudo o necessário a mão;
- INÍCIO:
- Faça um bom quebra-gelo e warmup se alongar;
- Inicie com expectativas, abstração e objetivos;
- Use facilitação visual, mapas mentais, canvas;
- Incentive feedbacks construtivos em tempo real;
- DURANTE:
- Não se isente na facilitação, oriente e conduza;
- Pode usar Tokens ou time-keepers divertidos;
- Sejam auto-organizados, todos são importantes;
- Valor, seja iterativo-incremental-articulado;
- Transparência, inspeção e adaptação;
- ENCERRE:
- Alinhe o resultado e conclusões;
- Fotografe, transcreva e compartilhe;
- Alinhe ToDo List e endereçamentos;
- Estabeleça próximos passos e responsabilidades.
Existe um grande mix de técnicas de facilitação, no meu caso acredito em auto-organização e em princípios ágeis, no valor de tratar com valor cada timeboxe, papel, artefato e regra, trazendo teorias, modelos, fundamentos e lições aprendidas como argumento e negociação durante a formação de times (Tuckman), evolução de projetos (Scrum) e operações (Kanban), sempre lastreados no desenvolvimento humano e de grupo.