Se o consciente não resolve, o inconsciente dá um jeito

Sempre que o nosso consciente NÃO encontra uma explicação para uma inconformidade injustificavel ou anômala, mecanismos psiquicos de defesa criados pelo nosso inconsciente se encarregam de resolvê-la. É como em Matrix, lembram-se do sentimento deja’vu quando aparecia o gato preto ? É +/- quando nosso cérebro nos prega uma peça tentando contornar suas angústias.

deja-vu

É aceitável que nosso cérebro tente resolver suas angústias e ansiedades, quer seja de forma consciente ou apelando para o nosso inconsciente, é bom que assim aconteça, lembrando que problemas mal resolvidos podem tanto nos incomodar vindo a desenvolver patologias ou doenças psico-somáticas.

Quando fazemos algo errado ou inseguro, nosso cérebro tenta justificar a nós mesmos de que aquela era a melhor solução, quando cometemos uma injustiça, rompemos um pacto, prejudicamos alguém ou ficamos em cheque, não havendo explicação racional nosso inconsciente entra em campo e cria uma explicação.

freud

Estas defesas psiquicas não são dolosas, existem para nos proteger de nossos medos e angustias, tornam-se anormais quando aparecem de forma excessiva, lembrando que não são conscientes mas podem ser percebidas e melhoradas, a psicologia estuda dezenas, vou focar naquelas que mais vemos no trabalho:

Negação – É o ato de negar a existência do problema, convencendo-se que não acreditamos nele, que não nos afeta, assim seguimos em frente sem culpa porque inconscientemente bloqueamos o fato de que somos ou seriamos culpados.

Projeção – É quando culpamos alguém por algo que poderiamos ter evitado ou resolvido, sob nossa responsabilidade, e para nos defender da angústia do fracasso, apontamos alguém como bode espiatório e saimos pela tangente;

Transferência: É quando passamos determinadas emoções e atenções a algo ou alguém como resultado da impossibilidade de fazê-lo a quem de fato o suscita, exemplo de questões mal resolvidas na infância, adolescência, etc;

Racionalização – É quando encontramos falsas explicações para uma atitude indesejada, sem a plena consciência de tratar-se de uma mentira, é dizer “eu estava ocupado” quando na verdade nós é que “nos ocupamos”;

Substituição: Podemos substituir uma sensação de fracasso em um projeto pela dedicação a outros projetos, deixando aquele primeiro a própria sorte e valorizando outros mais prazerosos ou de maior interesse pessoal;

Identificação – É aproximar-se dos seus opostos para assim não ter a angústia de opôr-se ou tentar ser parecido a eles, exemplo se somos inseguros e nos aproximamos dos mais arrojados e nos contentando apenas em ser a sombra;

Repressão – Solução inconsciente para evitar algo que já vivenciamos mas não gostamos, podemos fazer de conta que não é conosco, esquecer de fazer, sobrecarregando terceiros mas não correndo o risco de vivenciá-lo de novo;

Formação reativa – Típico daquela pessoa que tem medo de correr riscos e lida com isto correndo o maior número de riscos possível, é adotar uma ação oposta a aquela que tomaria porque seu cérebro “apaga” um medo ou desejo.

O uso eventual de defesas pelo inconscientes é normal, passa a ser problema quando passamos a transferir, negar, projetar com frequencia, mascarando a realidade, sempre mentindo a nós mesmos, impedindo nosso crescimento.

Frente ao excesso, as outras pessoas passam a confrontá-los ao invés de apenas contorná-los e a frustração por este embate diário pode gerar conflitos que, se não forem bem trabalhados, poderá os intensificar e por fim inviabilizar a convivência no plano profissional.

sigmund-freud

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