Quando aprendemos ou investimos em algo novo, há uma grande possibilidade de passarmos por um período inicial de aprendizado e amortização, existente em teorias oriundas desde a psicologia até a economia, do Storming ao Breakeven. Não importa se o “valor” investido almeja resultados em dólares, conhecimento, felicidade, saber ou todos eles, para atingi-los devemos acreditar, acompanhar, aprender, melhorar e tomar decisões que só nós podemos tomar.
breakeven – Para um investidor, é o ponto a partir do qual para de bancar, equilibra e começa a ganhar.
Somos profissionais e investidores do conhecimento, quer em novas tecnologias, metodologias, técnicas, boas práticas, ou novos ambientes de trabalho. Todo investimento tem uma curva até seu breakeven, para então colhermos lucros e dividendos, devemos trabalhar para antecipá-lo, reduzir ou mitigar a sua curva. A projeção deste tempo, reversão da curva, ponto de equilíbrio e resultados é nosso interesse e obrigação, afinal, somos nós os maiores interessados.
Por exemplo, em linhas de produtos de software a quebra acontece após hipotéticos três projetos, mas assim como em agilidade que colhemos benefícios e ganhos crescentes já a partir de 3 ou 4 iterações, creio que aqui deve ser rápido. Em linhas de produtos de software há estudos que apontam esta inversão no terceiro projeto, porque desenvolvimento “espaguete” e inconsequente é mais rápido e com frequência atinge seus objetivos funcionais a um alto custo de engenharia, manutenabilidade, escalabilidade, etc.
Esta mesma percepção pode ser aplicada quando investimos em SCRUM, KANBAN, XP, Pair programming, Peer review, BDD, Open Spaces, CoP’s, da mesma forma que nãos nos acomodamos e participamos de GU’s, de fóruns de discussão, leitura, estudo. Tudo que acreditamos, investimos e nos dedicamos, quer pessoas físicas ou jurídicas, no início exige o que Tuckman chamou de Storming durante a formação de grupos humanos.
Em estudos de implantação de sistema de informação, Soh e Markus propuseram uma fase de “shakedown”, equivalente ao storming de Tuckman ou de resistência na curva do aprendizado, períodos de resolução de conflitos, com aprendizados significativos e experienciais. Período que terá um tamanho proporcional a fatores ambientais, humanos e técnicos, que em uma empresa estará vinculado ao acoplamento do novo a sua estrutura e políticas.
Em meados do século XX, a pelo menos 50 ou 60 anos atrás cunhou-se o termo “sociedade do conhecimento”, retratada desde então por grandes pensadores de diferentes áreas. Discussões que acompanharam o crescimento do saber sobre Lean, gestão do conhecimento, sistemas sócio-técnicos, capital intelectual e outras tantas abordagens, desde a pedagogia às finanças. O profissional não tem mais seu foco em ferramentas e atividades, mas em conhecimento e networking, não só no saber fazer, mas no porque e como fazer.
Valor é o quanto conseguimos validar cada uma de nossas hipóteses e transformá-las em resultados, no menor espaço de tempo, sem desperdícios, atendendo e superando a necessidade que as originou.
Quem me acompanha esta acostumado a ler não só sobre Ohno, Juran, Deming, Takeushi e Nonaka, mas muito sobre Tuckman, Bandura, Kolb, Karasek, Piaget, Drucker. O conhecimento e nossa capacidade de nos antecipar e reduzir as curvas de aprendizado e adaptação depende disto para inovar, resolver, fazer diferente, mesmo as mesmas coisas.
Excelente! Totalmente excelente! O fecho com a citação foi de arrepiar!
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Oi Fábio, eu estou fazendo textos sobre ambientes inspiradores e me venho novamente a questão do breakeven, o mesmo que discuto em cada empresa sobre DDD, TDD, BDD, Pair, Review, adoção Agile, open spaces, … mudar sempre é um grande desafio e é essencial saber que possui um tempo até o breakeven intelectual, físico, metodológico e econômico.
Muita luz aí, abração companheiro!
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