No dia 18/03 tive a oportunidade de facilitar um dia de construção prática de um novo processo de trabalho baseado em ScrumBan e boas práticas ágeis. Durante a manhã seguimos um roteiro crescente de auto-conhecimento e entendimento de riscos e oportunidades, crenças e valores.
Uma equipe excepcionalmente consciente, contando com profissionais de mais e menos tempo de casa, mas com muita vontade de entender e construir, evitando adoção pura e simples, focando cada passo no valor que ele pode proporcionar em diferentes forma de instanciamento. A premissa é NÃO ao by-the-book!
Analistas, desenvolvedores, testador e gestão, todos no desafio de discutir e definir o primeiro passo na adoção de ciclos iterativo-incrementais curtos e organizados, com planejamento, reuniões de alinhamento, um quadro de alto significado e valor, review diferenciada e retrospectiva. Parte das atividades orientadas a projeto e parte em manutenção, consultoria e atendimento em um projeto de alto impacto em meia centena de organizações.
O roteiro foi básicamente o seguinte:
1. Apresentações com expectativas, o que cada um tinha de expectativa, inquietação e metas sobre o dia de hoje. Cada profissional presente relatou e na medida em que acontecia eu montava bullets em um mapa que nortearia e nos norteou;
2. Debatemos o cotidiano da equipe e do projeto que eles estavam envolvidos, histórico, características, clientes, aspectos hierarquicos, stakeholders e tudo o que eles consideravam pertinente, inclusive suas experiências metodológicas;
3. A cada oportunidade, questionamento ou necessidade, fui desenvolvendo algumas pequenas inserções sobre métodos ágeis, boas práticas e técnicas que poderiam ajudar a equipe a iniciar, prosseguir ou desejar atingir, sem preconceitos ou pré-conceitos … tudo o que rolou eu materializei em mapas e bullets em folhas de flipchart e fui colando nas paredes laterais;
4. Com a ajuda de todos, desenhei na parede um quadro inicial e distribui postits a todos e pedi que cada um criasse um postit para cada atividade, feature ou tarefas em que estavam envolvidos, uma forma de acelerar a tarefa de construir coletivamente um bom quadro, adequado a realidade do time e projeto, com as colunas de status apropriadas e trilhas para projetos ou manutenção;
5. Todos foram convidados a irem até o nosso quadro básico e colarem seus postits nos quadros de Discovery ou no de Delivery, cada qual com colunas e linhas básicas que viriam a mudar com o andar da dinâmica. Feito isso eu li e organizei de forma colaborativa cada coluna, surgindo algumas novas como aguardando e pré-teste, bem como quatro linhas horizontais para projetos e manutenção;
6. Almoço em restaurante próximo com a participação de todos;
7. A tarde iniciamos por uma análise e pequenos treinamentos sobre outras técnicas e oportunidades, chegando-se a um quadro bastante apurado e que todos confirmaram como um primeiro passo bem acoplado, onde todos se sentiam representados e sem desconfortos em relação as regras auto-organizadas sobre planejamento, atualização e condução cotidiana;
8. Mais para o meio da tarde, fechamos o que seria um sprint típico, suas características relacionadas a review e retrospectiva, interação com o cliente, nomenclaturas, selos e explicitação das regras inicialmente combinadas em um pacto de time;
9. A semana que vem tem 3,5 dias em função da Páscoa e todos concordaram que seria conveniente iniciar o primeiro ciclo na segunda-feira da semana seguinte, até lá a cada dia todos lembrando de exercitar a dinâmica do quadro, mantendo-o atualizado e colocando postits no quadro de retrospectiva com insights que venham a ter durante os próximos dias.
O feedback foi muito legal, muita energia e uma boa expectativa, agora é colocar para rodar e melhorar a cada novo ciclo, acoplando cada vez mais o processo às características peculiares da equipe, do projeto e dos aprendizados que surgirão e gerarão no dia-a-dia insights e novos argumentos. Foi um início primoroso, sem disputas ou preciosismos, com muita interação e descontração buscando convergência a cada novo passo no processo desenhado.
Sempre tem o que melhorar, mas as vezes o sentimento ao final do dia é se tentar melhorar estraga! O primeiro passo a gente nunca esquece, ainda mais se gerar um sentimento de satisfação e orgulho em fazer e com quem se faz. \o/