A sala e a alma de uma StartUp de base tecnológica

Modelo Mental é algo silencioso, mas categórico! Ou investimos em nosso auto-conhecimento para realmente crescer ou ficaremos repetindo os mesmos erros do passado travestidos com novas roupagens e parecendo moderninhos. Uma startup tem muito pouco tempo antes que a grana acabe para aprender a trabalhar de forma intensa, colaborativa, iterativa-incremental e 100% ágil.

As grandes empresas podem rasgar dinheiro, podem valorizar mais a forma que o conteúdo, a aparência mais que a execução, o marketing mais que a qualidade, mais o Ego que o coletivo. Em uma startup isso é um atestado de óbito, ela precisa interagir, iteragir e colocar em prática aquilo que aparenta saber. Ter a humildade de entender que o fator de sucesso é interagir com o mundo lá fora.

O maior capital de uma startup é o capital intelectual do mundo lá fora, dentro da sua sala só existem hipóteses, pressupostos, respostas tendenciosas, mas lá fora é possível trabalhar para encontrar indícios, antecipar oportunidades e riscos, necessidades, problemas e pivots … Resista a tentação de pensar e fazer sozinho, startupeiro ermitão é candidato ao classificados de emprego.

custdev

Não crie restrições a si mesmo, podem ser fórmicas brancas quadriculadas ou folhas de papel na parede, podem usar os caros postits 3M, os genéricos ou mesmo folhas coloridas guilhotinadas e coladas com um pedacinho de fita crepe (é o que eu mais uso, pois gosto de formatar meus pseudo-postits). Dependendo da composição fica “feio” na parede, mas funcional. Melhor uma parede “feia” e sucesso que uma bonita com quadros artísticos e candidatos aos classificados.

Não adianta conhecer a teoria, ter lido tudo sobre Lean StartUp, Service e Design Thinking, Scrum e Kanban, se você não pratica. E não me venha com quadros e canvas online, deixa isso para quem tem equipes distribuídas em 5 continentes. Na minha opinião uma sala de StartUp precisa ter nas paredes e consumir diariamente os quadros do check-list abaixo:

#1. Permita-se ter um espaço para registro de ideias, insights, inquietações, organizando-as na forma de MAPAS CONCEITUAIS com diferentes núcleos, organizando o networking ativo de seu negócio, ideias agrupadas por natureza, uma linha de tempo com ações, eventos e metas.

#2. Ali está o BUSINESS MODEL CANVAS a lembrá-los que estratégia é algo vivo, que deve ser modelada, revisada, relembrada, evoluindo conforme seu negócio vai se definindo, validando, construindo … De nada adianta perder tempo com um BMC se for ser um documento estático esquecido dentro de uma gaveta ou de uma pasta no computador, então nem faz porque é desperdício. imagem 38

#3. Colado ao lado do BMC, é fundamental ter um VALIDATION CANVAS, onde modelam e registram as validações, relembrando a necessidade de fazer. Este canvas lhe permite mapear cada segmento ou persona a validar, o problema em foco e a hipótese de solução. Além disso, há um espaço para estruturar o experimento e finalmente analisar os resultados … invalidando ou confirmando suas hipóteses. A galera do MindPills me apresentou e entrou automaticamente para o meu cinto de canvas de utilidades, assim fica explícito metas e objetivos.
validate-canvas

#4. Logo a seguir é possível ver um USER STORY MAPPING, que possui nos eixos X a cronologia de projeto e no Y a relevância, oferecendo uma visão do que será o produto. Explicita seu Mínimo Produto Viável, a estimativa para cada história, a demarcação de sprints e releases baseados na VELOCIDADE média estimada para o time que o está construindo. Outro documento vivo, mas este projeta uma linha de tempo com datas e entregas previstas.
eixo-xy

#5. Logo mais a direita estaria o quadro KANBAN destinado a acompanhar cada Sprint, provavelmente um para o fluxo de discovery com destaque para as User Stories do próximo sprint, outro quadro para o fluxo de delivery com a evolução de status do desenvolvimento, testes e homologação de cada user story, protagonistas, estimativas, evolução, dificuldades e oportunidades. Não esqueça da DAILY, mesmo sendo 3 pessoas, elas existem para aguçar a antecipação de riscos e oportunidades.
imagem 35

#6. Temos também os QUADROS ADICIONAIS como o de impedimentos, lembretes para a retrospectiva, o calendário do projeto, velocidade e ausências, mais o BURNUP do projeto contendo a projeção de previstos até o final do projeto e realizados sprint-a-sprint. Se a dedicação não é exclusiva, se há um freelancer ou terceirização de algo, explicite,  a sala de uma startup não é para ser asséptica, é para refletir o seu estado de espírito inquieto e aventureiro … tenho medo das organizadinhas, deixem isso para as grandes que se preocupam mais em “parecer” do que “ser”.

#7. Finalmente, temos as MÉTRICAS, no mínimo um gráfico de BurnDown mostrando a tendência do atual fluxo de desenvolvimento quanto a conseguir atingir os objetivos do sprint com sucesso. Com frequência o tempo disponível e produtividade são restritos, não dedicados, é fundamental explicitar a execução, se for o caso há outras métricas que oferecem uma visão clara do fluxo, cadência, granularidade, etc. Auto-conhecimento individual e coletivo é tudo!
metricas

Obs: Ao final de cada sprint não jogue fora nenhum dos gráficos e status report, apenas vá sobrepondo o seguinte, da próxima sprint, pois são snapshots importantes para que se possa entender exatamente o andamento do projeto.

4 comentários

    1. Obrigado pela parceria, fico contente que tenha chamado a atenção, pois são algumas das crenças que tenho em Agile, muito enraizadas … nos vemos no próximo evento sobre Agile ou quem sabe em um TecnoTalks. \o/

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