Quem me acompanha, sabe que minha abordagem para cada nova implantação SCRUM via de rebra tem cinco passos essenciais, alguns mais intensos quando se trata de fundamentos e teorias, outros mais adaptativos no que tange a prática.
Desmistificando o Agile – Partindo da crença que para dar certo a alta direção e lideranças precisam debater o que é e o que não é Agile, desmistificar lendas urbanas e má interpretações, explanando intensamente tudo o que a prática em dezenas de grandes organizações me proporcionaram. Gosto de dizer que é hora de diferenciar os mitos do Agile romantico e o Agile da vida real em grandes empresas, levando em consideração sua cultura, estrutura e complexidade;
Dojo Boshú – Uma dinâmica para delinear um 5W2H do nosso projeto ágil piloto, analisando necessidades, opções e oportunidades em projetos, equipes e tecnologia. Aqui surgiu a necessidade de criar um Canvas para configurar o início de um projeto SCRUM, que chamei de Scrum Setup Canvas. Pela necessidade de deixar claro todos os parâmetros e critérios necessários, como esclarecer formato de sprints, boas práticas, métricas, DoR, DoD, Sprint Zero e outras sutilezas;
Treinamento SCRUM 360° – É um mix dos livros ToolBox 360 e Scrum 360, indo muito além do método em si, com fundamentos, boas práticas, princípios e técnicas SCRUM, Kanban, XP, pitadas de Design Thinking e Lean StartUp. Para cada empresa, refatoro o curso, mudando até o exercício de fundo, já tendo usado o SCRUMIA, mas também criei o banco intergaláctico, a pokedéx, a vermelhona e outros. O grupo é de todos os envolvidos, time, clientes, devops, áreas interessadas.
Projeto Piloto – Para quase todos, ajudo com técnicas e facilitações no pré-game, com facilitação visual, project model canvas, business model canvas, diferentes formatos de mapas conceituais, value proposition, customer journey map, user story mapping, que pode demandar uma ou mais reuniões. Assim que prontos, apoio e facilito o Release Plan, via de regra com variações de Inception, iniciando em sequência a sprint zero e as primeiras 3 a 5 sprints.
Reciclagem – É um passo recente, proposto este ano, com a proposta de revisar os fundamentos em relação a prática no piloto, normalmente embutida em uma dinâmica de retrospectiva de todo o piloto, baseado em uma boa análise causal de todos os insights, quer coisas a melhorar, sucessos, ocorrências, aprendizados, reflexões. O motivo é que no treinamento inicial é muita informação e algumas provocações nem sempre são fixadas e no piloto não aconteceram. É uma espécie de Lições Aprendidas desde o Desmistificando, boshú, treinamento e piloto.
Mas, e o título do post, o que tem a ver com tudo isso?
Pois é, toda essa introdução é para dizer que a curva de Tuckman é soberana, o período, intensidade, profundidade e custos são decorrentes. Os indicadores da curva de aprendizado até que se estabeleça um processo de real aprendizado e melhoria contínua depende da postura do time, stakeholders, lideranças em especial.
É fundamental querer aprender, evitar o óbvio da Dissonância Cognitiva, que é a projeção e transferência para todos, desde cliente, liderança, empresa, tecnologia, menos ou desproporcionalmente a si mesmo. Eu tenho uma matriz imaginária de alçada e valor para avaliar se na restrospectiva se somos protagonistas ou juízes.
Se somos mais ou menos arrogantes ou humildes, se somos mais abertos ou fechados, se entendemos que valor entregue é mais que algo em produção, mas algo possível, que atenda necessidades relevantes e em comum acordo. Sem idealizações, mas se não queremos a régua nas nuvens, também não no chão.
Cada estratégia, cada nível de entendimento coletivo, até mesmo se existe coletivo, mas não basta ser coletivo na hora de achar que esta tudo bem e tudo tem motivos para o que não esta, especialmente na hora de senso de time em querer sempre melhorar, contornar, entender, ser ágil na agilidade.
Qual é a garantia, o que tem em comum entre todas as empresas, líderes e times? É a certeza de que há uma curva de aprendizado, o quanto entendemos a agilidade e a forma como atuamos seguindo seus princípios dirá a profundidade e duração da curva, podendo ser rasa ou profunda, rápida ou demorada.
James Shore em seu modelo de Fluência Ágil disse que algumas empresas adotam e abandonam Agile sem nunca ter praticado de fato, deve ser quando a curva é tão funda e longa que acaba a esperança dela reverter e gerar os resultados desejados:
Auto-organização é trabalho duro, a teoria alerta que retirar a dura hierarquia que usamos no transcorrer de décadas é tender o grupo à borda do caos, quando então em aprendizado acumulado aprende a lidar com responsabilidade frente a tanta liberdade.
Grandes empresas possuem desafios adicionais, quer pela complexidade de suas estruturas, quer pelo custo inercial da mudança, hora pelo medo dela, pelo tanto que entra em jogo. Mesmo assim, auto-conhecimento e auto-organização são a chave do Agile.
Tenho confiança nestas metodologias, mas é impressionante o quanto cada time possui uma trajetória, resultado de uma complexa equação onde entra cultura, lideranças, equipes, especialmente pessoas, formadores de opinião, alguns atrasam, outros aceleram.
Quer começar por algo? Tente entender quem você é: Atrasador ou acelerador? 🙂
Esse post vale ouro!!! Se você me permite, transformei-o num mini “e-book” para levar comigo, para sempre! Te devo um lauto almoço aqui em Sampa! 😉 Cobre quando vier!
CurtirCurtir
Estamos em sincronia de fase e por isso meus posts te chamam a atenção. Uma estrada em que desmistificamos atitudes e lendas urbanas técnicas e metodológicas 🙂 rsrsrsrsrs Abração, muita luz aí pra SanPa. o/
CurtirCurtir